Brasil está redescobrindo o uso potencial dessa matriz energética por meio de iniciativas de ONGs e do governo
Mais de 183 mil casas no Brasil possuem aquecimento solar. Estes dados são do próprio Governo Federal e enfatizam que a instalação de Sistema de Aquecimento Solar (SAS) nas residências entregues no programa social “Minha Casa, Minha Vida” ajudaram as famílias beneficiadas a reduzirem o valor da conta de luz em 30%.
O Portal do Governo também destaca que, na primeira fase do programa, foram contratadas 41.449 unidades habitacionais em 69 municípios, totalizando 136 empreendimentos em 10 estados. Na segunda fase, o item se tornou obrigatório nas moradias destinadas às famílias com renda de até R$ 1,6 mil, e foram contratados mais de 141 mil unidades em todas as regiões do país. Outro dado importante é que os sistemas de aquecimento têm garantia de cinco anos, e o valor dos mesmos (aproximadamente R$ 2 mil) está incorporado no preço do imóvel.
A Caixa Econômica Federal – que é a responsável pelo financiamento das casas do programa e também pela iniciativa de utilização de energia solar – realizou uma pesquisa no final de 2012, para saber qual era o grau de satisfação das pessoas em relação ao uso do sistema de aquecimento solar de água, e apurou que mais de 80% dos moradores entrevistados estão satisfeitos.
Propostas para energia solar no Brasil
A energia solar está na pauta das associações do setor de geração de energia, que já preparam uma proposta de realização de três leilões de energia de reserva para a energia solar com contratação de 500 megawatts (MW) cada, a serem realizados em 2014, 2015 e 2016, com entrega da energia a partir de 2016 e prazo de suprimento de 25 anos.
As responsáveis pela proposta – Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), junto da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia (Apine) e da (Associação Brasileira de Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) – devem apresentá-la ainda em 2013.
Além dessa iniciativa, outros projetos realizados por ONGs também propagam a utilização de energia solar no país. Esse é o caso da Sociedade do SOL, criada em 2001. A Organização sem fins lucrativos se dedica ao desenvolvimento de tecnologias sociais nas áreas de energia solar e renovável e programas de educação ambiental, destacando-se pelo seu projeto de Aquecedor Solar de Baixo Custo (ASBC) – que virou notícia na cidade paulista de São Bernardo do Campo.
Confira baixo um vídeo sobre a história da Sociedade do Sol:
Cidade de S.Bernardo (SP) realiza mutirão de Aquecedor Solar de Baixo Custo
Cerca de 50 residências, cinco creches e quatro albergues receberão os aquecedores até março de 2014. Em novembro, os mutirões populares começaram a se organizar para cumprir a tarefa. O primeiro aquecedor solar do projeto foi instalado como um teste em fevereiro, na residência de uma família de sete pessoas, que é beneficiária do programa Bolsa Família. “Desde a instalação do aquecedor, a conta de luz caiu pela metade. Antes pagávamos uma média de R$ 180 e hoje está na faixa de R$ 90”, declarou o pai, Antônio Bento da Silva (58), ao jornal ABDC Maior.
O projeto é destinado a famílias de baixa renda e o custo da instalação (em média, R$ 400) é rateado: uma parte do recurso vem da emenda da deputada estadual Ana do Carmo (PT), no valor de R$ 70 mil, que contribuirá na instalação de 200 aquecedores no Estado; e a outra parte vem de parceiros, como as empresas Braskem, Fort Leve e 1 Linha, que doam os componentes para os aquecedores solares, tais como PVC, caixa d’água e polietileno. A entidade ainda recebe o apoio da Bolsa de Valores Sociais e Ambientais da Bovespa.