O Brasil precisa de uma nova NDC, mais ambiciosa e comprometida com a redução de emissões de gases de efeito estufa para frear os impactos da mudança do clima. Essa é a conclusão do Instituto Talanoa, que participou do evento NDC que temos, que queremos e que podemos, na COP27. No encontro foram discutida a transparência, a credibilidade e a ambição da NDC brasileira submetida ao Acordo de Paris.
Segundo Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa, uma das painelistas do evento, a nova submissão do Brasil, que foi feita em 2020, mantém para esta década um patamar de emissões muito elevado. “A nova NDC permite a emissão de 314 milhões de toneladas de CO2eq para 2025 a mais do que era permitido no compromisso de 2016, e 81 milhões de toneladas de CO2eq a mais para 2030. Isso é o equivalente em termos de emissões anuais às emissões da Colômbia e da Polônia, respectivamente”, explica.
A NDC, ou Contribuição Nacionalmente Determinada, na sigla em inglês, são as metas de redução de emissões domésticas e as estratégias para atingi-las, definidas voluntariamente por cada país, no âmbito do Acordo de Paris. O objetivo final das NDCs nacionais é limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC e evitar um aumento superior a 2ºC. O Pacto Climático de Glasgow, assinado na COP do ano passado, pediu um aumento da ambição das NDCs.
Para Natalie, o documento proposto pelo Brasil também ficou devendo em relação aos compromissos com a redução do desmatamento. “A proposta não internalizou os compromissos de zerar o desmatamento até 2030. Além disso, dados recentes sobre o aumento do desmatamento ilegal no Brasil colocam em risco a capacidade que o país terá para cumprir suas metas”, afirma.
Concluindo que são necessários aprimoramentos na NDC em vigor para contribuir efetivamente na implementação do Pacto Climático de Glasgow, em especial quanto a alcançar a maior ambição possível no curto prazo, os painelistas apresentaram análises técnicas sobre os ajustes que seriam necessários. A análise na íntegra do Instituto Talanoa pode ser obtido no site do projeto Política por Inteiro.
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