Insuficiência cardíaca: sintomas e tratamento

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A insuficiência cardíaca (IC) é uma condição onde o coração perde a capacidade de bombear sangue de maneira adequada ao corpo inteiro. Apesar de ser um problema comum em pessoas de idade avançada, ele pode surgir em qualquer idade, principalmente em indivíduos que tiveram doenças cardiovasculares na infância. 

Quando não tratada, a insuficiência cardíaca pode resultar em uma vida com baixa qualidade e até na morte por parada cardiorrespiratória. Assim como a condição pode derivar de uma série de problemas cardiovasculares, ela também é resultado de outras doenças que afetam o sistema humano.

 O coração pode aumentar de tamanho, ganhar massa muscular e as veias sanguíneas podem se estreitar como resposta do corpo ao desenvolvimento da condição. Tudo isso com intuito de aumentar o bombeamento de sangue que foi danificado. 

É preciso ter em mente que a insuficiência cardíaca não significa a parada por completo dos batimentos cardíacos, e sim que o coração não consegue manter o esforço necessário para bombear sangue ao corpo inteiro. Para entender melhor essa condição, é importante entender o funcionamento do coração.

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Como funciona um coração saudável? 

A função do coração é bombear o sangue para todas as partes do corpo, através de um processo chamado circulação. A estrutura do músculo é um pouco maior do que um punho, sendo formada por quatro câmaras: as câmaras superiores chamadas de átrios; e as inferiores conhecidas como ventrículos. 

O átrio direito tem a função de capturar o sangue pobre em oxigênio e enviá-lo para o ventrículo direito, que o manda ao pulmão, onde vai ser enriquecido com a substância. Esse sangue rico em oxigênio volta pelo átrio esquerdo, passa pelo ventrículo esquerdo e então é direcionado ao resto do corpo.

Para que o coração esteja saudável é essencial que todas as câmaras funcionem corretamente em equilíbrio. A insuficiência cardíaca é desenvolvida a partir da ação de contração ou relaxamento inadequado do coração, que ocorre devido a fraqueza ou rigidez do órgão.

Quais os tipos de insuficiência cardíaca? 

A insuficiência cardíaca pode ser caracterizada de acordo com o lado que foi mais afetado pela condição. Ou seja, pode ser chamada de insuficiência cardíaca direita ou esquerda. Independentemente de qual lado foi mais abalado pelo problema, a pessoa irá desenvolver sintomas que afetam sua qualidade de vida. 

Uma forma de classificar a insuficiência cardíaca é através da fração de ejeção (FE), porcentagem que calcula o quanto de sangue é bombeado para fora do coração a cada batimento. Por exemplo, um ventrículo saudável ejeta 55 a 60% do sangue que há em seu interior.

Desta maneira é possível classificar os seguintes tipos de insuficiência cardíaca:

Insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER)

Também conhecida como insuficiência cardíaca sistólica. Nesse caso o coração se contrai com menor força, e por isso bombeia uma porcentagem de sangue menor do que a que volta para ele. Logo, o líquido permanece nas câmaras e pode se acumular nas veias e pulmões;

Insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEP) 

Nomeada também de insuficiência cardíaca diastólica, o coração se endurece e não relaxa naturalmente depois de contrair. Isso prejudica sua capacidade de encher de sangue no bombeamento. A partir disso, a quantidade total de sangue bombeado pode ir diminuindo a cada contração.

Em certas situações, para compensar essa dificuldade, o coração pode tentar bombear mais sangue que o normal. Por isso, ele resulta na insuficiência cardíaca sistólica, em que o líquido se acumula nos pulmões e nas veias. 

O que leva a uma insuficiência cardíaca?

As causas da insuficiência cardíaca podem ser relacionadas diretamente ao coração ou estarem interligadas a outros sistemas do corpo. Vale ressaltar que a condição pode ser resultado súbito de um outro problema, ou demorar anos para se desenvolver. Desta forma, algumas pessoas podem passar muito tempo sem saber que sofrem com o distúrbio. 

Causas cardiovasculares da insuficiência cardíaca são: 

  • Doença arterial coronária (reduz fluxo sanguíneo para o miocárdio, gerando a obstrução de uma artéria coronária, e podendo resultar em infarto);
  • Miocardite (inflamação do músculo cardíaco);
  • Valvulopatias (doenças que afetam as válvulas cardíacas, impedindo a sua abertura);
  • Distúrbios que causam ritmo cardíaco anormal;
  • Defeito do septo ventricular e outras doenças que causam conexão anormal entre as câmaras cardíacas;
  • Distúrbios que endurecem o coração;
  • Hipertensão arterial (devido a pressão que causa no coração);
  • Doença cardíaca congênita (defeitos cardíacos de nascença);
  • Pericardite constritiva (enrijecimento da membrana que envolve o coração);

Outras causas (não cardíacas) da insuficiência:

Quais os sintomas de insuficiência cardíaca?

Os sintomas da insuficiência cardíaca podem demorar para serem perceptíveis. Por isso, é importante fazer visitas regulares ao médico. Se você começar a apresentar sinais da condição, marque uma consulta com um profissional imediatamente, afinal, a síndrome pode estar avançada.

Os principais sintomas da IC são:

  • Falta de ar
  • Fadiga
  • Fraqueza
  • Batimentos irregulares
  • Tosse que não vai embora e que pode conter sangue
  • Inchaço na barriga
  • Ganho de peso repentino devido ao acúmulo de líquido
  • Náusea
  • Falta de apetite
  • Dificuldade de concentrar
  • Dor no peito que causa por um ataque cardíaco 

Qual o exame que detecta a insuficiência cardíaca?

Para descobrir se você tem ou não insuficiência cardíaca é necessário marcar uma consulta no médico e realizar uma série de exames. A radiografia do tórax, o eletrocardiograma, ecocardiograma e exames de sangue são alguns dos exemplos usados para diagnosticar a condição.

O profissional de saúde pode suspeitar que você tem insuficiência cardíaca devido aos sintomas, a baixa pressão arterial, a pulsação fraca e sons cardíacos anormais. Se ele perceber um acúmulo de líquido nos pulmões, crescimento cardíaco anormal e veias do pescoço inchadas também pode encaminhá-lo para o tratamento do distúrbio. 

Quando a insuficiência cardíaca é grave?

A insuficiência cardíaca pode ser agravada pelo desleixo com a condição. Ou seja, pessoas que deixam de cuidar da própria saúde podem ter uma piora em seus quadros. Manter um estilo de vida não-saudável facilita o avanço do distúrbio no organismo. Os sinais de que a IC evoluiu são:

  • Respiração periódica, onde a pessoa tem dificuldade de manter a respiração devido a falta de fluxo sanguíneo no cérebro;
  • Apneia obstrutiva do sono, bloqueio das vias áreas que atrapalha o sono;
  •  Edema pulmonar agudo, em que ocorre acúmulo repentino da quantidade de líquido nos pulmões; 
  • Coágulos de sangue que podem se formar nas câmaras do coração, se o coágulo alcançar uma artéria do cérebro pode ocorrer um acidente vascular cerebral (AVC);
  • Depressão e a redução do funcionamento mental são comuns em pessoas mais velhas com insuficiência cardíaca congestiva;
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Como tratar a insuficiência cardíaca? 

A condição não possui cura, no entanto, pessoas com insuficiência cardíaca devem buscar o tratamento para terem uma vida com qualidade e reduzirem o impacto dos sintomas. Em geral é essencial fazer o acompanhamento médico constante, sempre verificando o desenvolvimento do distúrbio. 

Tanto a família quanto a pessoa que sofre com a síndrome devem tomar cuidado com os hábitos do dia a dia, para evitar aqueles que piorem a condição. Por isso, questione o médico quais medicamentos e alimentos podem ser combinados com o tratamento sem causar efeitos colaterais.

As principais formas de tratar os sintomas da insuficiência cardíaca são:

  • Mudança no estilo de vida (melhora nas dietas e prática de exercícios físicos);
  • Medicamentos (como diuréticos, nitratos e digoxina);
  • Transplante de coração (em casos graves);
  • Dispositivos mecânicos que facilitam o bombeamento de sangue ( bomba de balão intra-aórtica, dispositivos de assistência ventricular, oxigenação por membrana extracorpórea);

Para evitar o aparecimento da condição no organismo é preciso fazer o tratamento prévio de doenças que causam IC. 

Ana Nóbrega

Jornalista ambiental, praticante de liberdade alimentar e defensora da parentalidade positiva. Jovem paraense se aventurando na floresta de cimento de São Paulo.

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