Interações antagonistas são relações ecológicas que beneficiam um organismo em detrimento de um organismo geralmente de outra espécie.
O antagonismo, na ecologia, é frequentemente expresso nas formas de alimentação e defesa entre organismos de espécies diferentes (conflitos interespecíficos). No entanto, as relações antagonistas também podem acontecer quando há conflito de interesses dentro de uma mesma espécie (conflitos intraespecíficos) por meio da competição e do canibalismo.
O parasitismo é uma interação antagonista comum cujos danos podem variar entre dor, enfraquecimento e, de forma direta ou indireta, a morte do hospedeiro.
Os parasitas tendem a passar boa parte de seu ciclo de vida dentro de um mesmo hospedeiro, sem necessariamente matá-lo diretamente. A morte nesse caso pode ser uma consequência do enfraquecimento do hospedeiro, tornando difícil a busca por alimento e a fuga de predadores. Já os parasitoides interagem com o indivíduo que morrerá devido ao parasitoidismo.
Algumas estratégias que parasitas se utilizam para obter energia de seus hospedeiros são:
O parasitismo pode ocorrer de forma interna no corpo do organismo (endoparasitismo) ou externa (ectoparasitismo). Além disso, os parasitas podem ser classificados conforme sua interação com seus hospedeiros, podendo ser específicos, quando apenas um grupo taxonômico é parasitado, ou generalistas.
Apesar do parasitismo ser mais lembrado quando se trata de animais e seres humanos, as plantas e fungos também podem possuir esse tipo de interação antagonista. O fitoparasitismo é quando uma planta angiosperma (que se reproduz a partir de flores) obtém parte ou todos os nutrientes para sua sobrevivência e reprodução parasitando plantas (1). O fitoparasitismo pode ser classificado de acordo com o grau de dependência da planta parasita em relação ao seu hospedeiro em:
Veja alguns exemplos de parasitismo na matéria “Entenda o que é parasitismo e conheça exemplos”.
A predação é a interação antagonista na qual um organismo obtém energia capturando, matando e consumindo outro organismo ou consumindo um organismo recentemente morto. Um leão predando uma gazela ou um gavião predando uma serpente são imagens que comumente lembramos ao pensar em predação, mas são os invertebrados os animais mais predados, seja por vertebrados ou mesmo outros invertebrados.
Os predadores podem atuar de forma solitária ou em grupos a partir de diversificadas estratégias que podem consumir grandes quantidades de energia em um curto espaço de tempo ou longos períodos de espera do predador para obter uma presa.
A herbivoria pode ser considerada a forma de predação na qual a presa é uma planta, de forma que uma vaca pode ser considerada uma predadora herbívora. Assim como as plantas podem ser consideradas presas, elas também podem ser predadoras, tendo como exemplo as plantas carnívoras (2).
Mecanismos de defesa desestimulam a predação animal e a herbivoria por meio da dor física ou por dificultar o acesso à presa. Esses mecanismos podem ser:
No entanto, possuir tais defesas não torna esses organismos imunes à predação, ainda mais considerando a existência de constantes processos evolutivos e de adaptação. Um exemplo disto é a “sabotagem” da lagarta de Manduca sexta, uma espécie de mariposa, à defesa química da espécie de tabaco Nicotiana attenuata (3).
Esta lagarta é capaz de separar os componentes de uma das substâncias de defesa da planta para se desintoxicar de outra. Por outro lado, as plantas de tabaco passaram a produzir as duas substâncias envolvidas nesse processo em quantidades diferentes, o que dificulta a conversão enzimática realizada pela lagarta.
Por possuírem necessidades muito similares e pela oferta de recursos disponíveis na natureza ser finita, é comum que indivíduos da mesma espécie tenham conflitos de interesse, os quais chamamos de interações antagonistas intraespecíficas. Estas interações podem se dar por:
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais