A inversão térmica é um fenômeno natural que dificulta a dispersão dos poluentes gerados nas grandes cidades, como a cidade de São Paulo. Ela é consequência do rápido aquecimento e resfriamento da superfície, podendo ocorrer naturalmente ou ser causada pela maneira que a cidade está estruturada.
Segundo a ONU, por ano, milhares de pessoas morrem em decorrência da poluição do ar. A geração de poluentes e o impacto na saúde das pessoas dependem tanto da existência de fontes emissoras, como também da dispersão de gases. Essa dispersão está relacionada com variáveis como posição da chaminé das fábricas, topografia do local, direção dos ventos e clima.
As principais fontes da poluição atmosférica são as fábricas e os meios de transporte. O transporte polui por conta da combustão de gasolina, óleo diesel e álcool, o que gera gases sulforosos, monóxido de carbono, óxido de enxofre e diversos hidrocarbonetos não queimados.
Juntamente com a chuva ácida, ilhas de calor e efeito estufa, a inversão térmica faz parte dos grandes problemas atmosféricos urbanos, tendo a ação antrópica como principal causa.
As camadas da atmosfera têm diferentes distâncias e características. A troposfera (camada mais próxima ao solo) tem a característica de apresentar uma diminuição de temperatura com o aumento da altitude. Nessa camada, o ar costuma circular em movimentos verticais (correntes de convecção) por conta da diferença de temperatura existente entre o ar das camadas mais baixas e o ar das camadas mais altas. Esse fenômeno é chamado de circulação atmosférica
Em decorrência da absorção da radiação solar, o ar mais perto do solo costuma ser mais quente. Por isso ele tem as moléculas mais agitadas, que ocupam maior volume com menor peso, o que torna o ar menos denso. A tendência dessa massa de ar menos densa é sofrer um movimento de ascensão. Com esse movimento, a massa menos densa ocupa o lugar da massa que está em uma temperatura inferior (mais densa), movendo-a para baixo.
À medida que a concentração da camada de ar quente menos denso sobe, ela se resfria e continua o processo de ascensão por encontrar massas de ar mais densas do que ela. Esse processo faz com que a massa de ar que estava próxima ao solo suba e leve consigo as partículas de poluentes que estavam nela. Este é o funcionamento típico das massas de ar na troposfera, e colabora com a dispersão da poluição local durante o dia.
Porém, em alguns dias, há uma inversão desse processo. E ela ocorre principalmente durante o inverno, quando as noites são mais longas (menos radiação solar) e a umidade cai, podendo criar uma camada de ar frio próxima ao solo e abaixo da primeira camada de ar quente. O ar frio, como é mais denso, tende a ficar retido abaixo da camada quente, retendo todos os poluentes consigo, uma vez que o ar não está mais circulando. Essa inversão das massas de ar é chamada de inversão térmica.
O fenômeno atmosférico ocorre principalmente em centros urbanos, onde as correntes prendem o ar poluído próximo ao solo. A inversão térmica se torna um problema quando o ar possui altas concentrações de poluentes. A retenção de poluentes na atmosfera pode provocar ou agravar problemas de saúde, principalmente relacionados a doenças respiratórias, como pneumonia, bronquite e asma, devido à má qualidade do ar.
Como já mencionado, dados da OMS indicam que nove em cada dez pessoas respiram ar poluído, o que mata 7 milhões de pessoas todos os anos. Os efeitos da poluição do ar na saúde variam de severidade.
Acredita-se que entre os poluentes atmosféricos, o material particulado com diâmetro igual ou inferior a 2,5 micrômetros (MP2.5), representa a maior ameaça à saúde e é frequentemente usado como métrica em padrões legais de qualidade do ar. Quando inalado, esse material é absorvido pela corrente sanguínea, podendo levar à condições como acidente vascular cerebral, doenças cardíacas, doenças pulmonares e câncer.
Outros possíveis efeitos da poluição do ar na saúde incluem:
Medidas de diminuição de emissão de poluentes são essenciais para reduzir o problema da poluição do ar agravado pela inversão térmica. Atitudes como trocar o transporte automotivo individual pelo coletivo ou bicicleta, reduzir o consumo de carne vermelha, cobrar que fábricas e o setor automotivo gerem menos gases, ou gases menos poluentes, e consumir conscientemente são exemplos de soluções que podem contribuir para reduzir os efeitos do fenômeno da inversão térmica e possíveis problemas respiratórios.
As ilhas de calor são um fenômeno climático presente em grandes cidades, na qual a maioria das construções, feitas de concreto, absorvem a energia da luz solar, que se converte em calor. Isso causa um aumento da temperatura em comparação com as áreas rurais ao redor.
Por outro lado, a inversão térmica é caracterizada pela concentração de poluição devido a inversão de massas de ar. Diferente das ilhas de calor, esse fenômeno é natural e não possui ligação com o material das construções da cidade e o aumento de temperatura.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais