Representando mais de 3 milhões de euros, investidores querem barrar proposta que sugere que agricultura intensiva é uma atividade “sustentável”
Um documento vazado entre oficiais da União Europeia constava uma nova proposta para rotular a agricultura intensiva como sustentável. Por isso, investidores globais que representam juntos mais de 3 milhões de euros, querem impedir essa classificação.
O bloco associado a este documento dita quais atividades podem ser denominadas “verdes” ou amigas do meio ambiente. Os auditores contra a proposta afirmam que o subsídio agrícola não pode ser considerado sustentável, e, além disso, designaram o termo “duvidoso” para os benefícios climáticos que a agricultura intensiva alega que tem.
Com o nível de emissões de carbono e outros gases do efeito estufa, como o óxido nitroso, é inviável considerar a agricultura ou qualquer uma de suas vertentes minimamente sustentável. Sozinha, ela é responsável por 10% da produção de gases do efeito estufa da União Europeia.
O agronegócio pode ser nocivo ao meio ambiente por diversos fatores. A atividade agrícola intensiva aumenta os níveis de poluição pelo uso constante de pesticidas e fertilizantes químicos, comprometendo os mares, rios, o solo e o ar. Além disso, as toxinas presentes em alguns inseticidas podem afetar negativamente a reprodução das abelhas, responsáveis por 70% da polinização de alimentos. A agricultura consome cerca de 69% da água potável do planeta. A expansão agrícola também é um dos maiores fatores para o desmatamento da Amazônia e de diversos outros biomas.
Essa proposta foi lançada um dia após o Parlamento Europeu ter permitido um subsídio para produções agrícolas menores. A nova regulamentação implantava a distribuição de 10% dos fundos da Política Agrícola Comum (PAC) Europeia para fazendeiros menores que seguiam as regras ambientais impostas.