Por Nações Unidas Brasil | O documento reflete a opinião de peritos internacionais e estatísticos da Europa, da América do Norte e Ásia Central e lista uma série de soluções políticas e de tecnologia para a região alcançar a neutralidade em carbono até 2050.
O relatório “Caminho para a Neutralidade na Europa, América do Norte e Ásia Central” antecede a realização da COP27, no Egito.
Apesar de crises energéticas e desafios internacionais, o mundo ainda tem como alcançar a neutralidade em carbono se tomar as providências certas. Esta é a conclusão de um relatório da Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa (UNECE), divulgado nesta segunda-feira, dia 19.
O documento reflete a opinião de peritos internacionais e estatísticos da Europa, da América do Norte e Ásia Central e lista uma série de soluções políticas e de tecnologia para a região alcançar a neutralidade em carbono até 2050.
O estudo revela que o investimento em energia com base no Produto Interno Bruto (PIB), terá de subir de 1,24% em 2020 para 2,05% por ano entre 2025 e 2050.
Isso elevaria o montante necessário para algo entre 44,8 trilhões e 47,3 trilhões de dólares até 2050, considerando qualquer atraso adicional na tomada de ações.
Estragos caros – A falta de ação custa muito mais para a sociedade. Um dos exemplos são os custos de eventos causados por temperaturas extremas, registrados neste verão e durante os últimos anos. A comissão da ONU afirma que os governos precisam abraçar as políticas de apoio à neutralidade em carbono criando formas de financiar uma transição justa para sistemas energéticos neutros em carbono.
Alcançar uma transição energética justa e equitativa é “um dos maiores desafios que o nosso mundo enfrenta”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, na reunião do Conselho do Pacto Global no domingo.
Atualmente, mais de 80% do mix de energia primária em países cobertos pela UNECE é baseado em combustíveis fósseis. Os modelos climáticos indicam que as ações nacionais, no momento, e os alvos internacionais do Acordo de Paris e da COP26 falham na neutralidade em carbono e na meta de manter a temperatura global em até 2ºCelsius.
Metas – O relatório indica que para alcançar a neutralidade será preciso: diversificar o fornecimento de energia usando tecnologias de baixo e zero carbono; acelerar a eliminação gradual de combustíveis fósseis; aumentar a eletrificação de todos os setores com foco na energia renovável e na energia nuclear; novas formas de armazenamento de energia (elétrico, mecânico, térmico e químico) precisarão de ser desenvolvidas para reduzir a necessidade de backup energético. Também será preciso construir a capacidade para apoiar a inovação generalizada de tecnologias de baixo e zero carbono incluindo sequestro, uso e armazenamento de carbono, hidrogênio e energia nuclear avançada.
Ainda que as abordagens sejam diferentes no nível sub-regional na Europa, o relatório aponta políticas específicas para os governos. O documento também pede o aumento da transferência de tecnologia e a mobilização da capacidade institucional para dirigir sistemas de energia transformadores. Essas ações podem apoiar a adoção dessas medidas por todos os interessados para formar sistemas neutros em carbono seguros e acessíveis.
Os países devem também levar em conta o impacto comparativo das tecnologias. O relatório lembra que uma cooperação internacional coordenada é essencial para alcançar a neutralidade em carbono. A agência da ONU fornece uma plataforma para esses novos padrões, regras e normas de um estilo de vida que integre essas mudanças em parcerias público-privadas.
Evento – Nesta semana, o Palácio das Nações, sede da ONU em Genebra, abriga a Semana da Energia Sustentável que conta com representantes dos 56 países da UNECE. O evento debate a formação de sistemas mais limpos de energia. Os organizadores lembram que a COVID-19 foi apenas uma de uma série de crises enfrentadas pela região europeia o que se traduz em desafios e expõe as vulnerabilidades dos sistemas energéticos.
Este texto foi originalmente publicado por Nações Unidas Brasil de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original. Este artigo não necessariamente representa a opinião do Portal eCycle.
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