Os Jardins do Mel de Curitiba já têm data para implantação e ela coincide com o início da primavera, em 21 de setembro. A primeira das estações que abrigará as abelhas nativas sem ferrão ficará no Parque Barigui.
“A ideia da Prefeitura é criar um grande programa de polinização e de difusão do conhecimento da importância da correção ambiental”, explica o prefeito Rafael Greca. Com os Jardins do Mel, a cidade voltará a estimular a presença dos insetos, responsáveis por boa parte do cultivo agrícola e disseminação de árvores nativas.
De acordo com a diretora do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Marcia Arzua, nos últimos dias foram feitas as visitas técnicas aos locais que deverão receber as caixas com as colmeias e as mudas de plantas melíferas, que vão estimular a presença dos insetos.
Entre os locais definidos, além do Barigui, estão o Jardim das Sensações, no Jardim Botânico; e o Bosque Reinhard Maack, no bairro Hauer. Outros locais já confirmados são o Zoológico de Curitiba, no Boqueirão; o Museu de História Natural do Capão da Imbuia; e o Passeio Público, no Centro. “São locais que, além de facilitar a implantação do projeto, cumprem o requisito de educação ambiental”, conta Márcia. Demais pontos devem ser divulgados em breve.
A localização das caixas deve favorecer a autonomia de voo das abelhas sem ferrão, que varia de espécie para espécie, entre 500 metros a dois quilômetros. A variação depende do tamanho do corpo e das asas dos insetos. Assim, elas poderão polinizar a maior parte da cidade de forma natural, permitindo a enxameação e a volta das abelhas para a cidade.
O projeto é viabilizado em parceria pelas secretarias municipais do Meio Ambiente e da Educação, a Fundação Cultural de Curitiba e o Instituto Municipal de Administração Pública (Imap).
Fatores como a própria introdução da abelha africana para produção de mel e outros derivados, desmatamentos, queimadas, entre outros, contribuem para a diminuição da incidência da abelha nativa. No mundo, há 400 espécies e 300 delas são endêmicas do Brasil.
O repovoamento e a sensibilização para a sua importância são outros objetivos de um amplo programa, que além dos Jardins do Mel, prevê a educação ambiental para as crianças das creches e escolas municipais. “Cuidar das abelhas é cuidar da preservação de toda a biodiversidade da cidade”, reforça o professor Felipe Thiago de Jesus, responsável pela implantação.
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