Artista plástica brasileira dá nova forma e utilidade para materiais descartados
Anel “Equilíbrio”: a prata utilizada é reaproveitada de resíduos gráficos e fotográficos; a madeira é proveniente de descartes de fábricas de móveis. Imagem: Divulgação
As pessoas aos poucos começam a mudar de atitude com relação ao meio ambiente e isso é reflexo da percepção crescente sobre os impactos da falta de cuidados com nossa riqueza ambiental. Foi justamente isso que se passou com a designer brasileira Valesca Bender.
Num belo dia, o pneu da bicicleta da artista furou e quando ela chegou em uma borracharia, percebeu uma pilha enorme de pneus jogados. Então perguntou o que fariam com aquele material e o borracheiro contou que picavam e descartavam no lixo comum, ou seja, de maneira errada. Ela se incomodou com a resposta.
Foi a partir dessa situação que começaram os questionamentos de Valesca com relação ao modo como as coisas são mal aproveitadas e nasceu a ideia de dar um destino mais feliz àquela pilha de pneus.
Aliado a uma influência que Valesca já trazia de casa, o material serviu à criação de peças de design, despertando seu lado criativo e empreendedor. “Desde que me lembro, a reciclagem de resíduos faz parte da história da minha família. Cresci em um ambiente empreendedor em que resíduo transformava-se em prata e mais tarde em lindas joias. Meus pais iniciaram a reciclagem em 1986, e somente anos mais tarde, entre 1995 e 1996, meu irmão Denis e eu começamos a fazer joias também”, conta Valesca.
Formada em design de joias, a artista conta que, em seus estudos, teve a oportunidade de testar vários materiais. Mas não se ateve à confecção de joias. Ela também produziu móveis, como a cadeira EcoHelp (foto acima).
Há apenas uma temática fixa em todas as suas obras: a preocupação ambiental. Os materiais usados são: borracha de pneus velhos, madeira, tecidos, lixo eletrônico, garrafas PET e muitos outros. O ouro e a prata das joias também são reciclados.
Colar “Etnicult”: joia de borracha feita a partir de câmeras de bicicletas reutilizadas. Imagem: Divulgação