Dados de duas agências americanas apontam recorde de calor no mês, eventos extremos e degelo nos polos
O mês de julho de 2019 foi o julho mais quente desde que os registros globais de temperatura começaram a ser feitos, em 1880. Os dados foram divulgados por duas agências do governo americano, a Nasa (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço) e a Noaa (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional).
Segundo a Noaa, a média global de temperatura no mês passado foi 0,95 ºC maior do que a média do século XX para o mês. Segundo a Nasa, ela foi 0,93 ºC mais alta do que a média verificada entre 1951 e 1980 para o mesmo mês.
Como o mês de julho é o mais quente do ano na Terra, por ser o auge do verão no hemisfério Norte (onde está a maior parte das terras emersas), o mês também foi o mais quente já registrado no mundo nesses 140 anos de dados.
Que o digam os europeus. O continente enfrentou duas ondas de calor no intervalo de um mês, uma em junho e uma em julho. França, Bélgica, Holanda e Alemanha tiveram suas temperaturas mais altas já medidas no mês passado, incluindo mais de 42 ºC em Paris. Incêndios atingiram vastas regiões do Ártico, da Sibéria à Groenlândia. A Groenlândia, aliás, teve seu terceiro maior derretimento superficial – 95% da área do manto de gelo entrou em ponto de fusão ao menos uma vez em julho –, mas, como nevou pouco no inverno, isso levou a uma perda recorde de gelo.
O gelo marinho do Ártico ficou 19,8% abaixo da média, superando o recorde de 2012, e o gelo marinho antártico foi o menor para o mês desde que os registros começaram, há 41 anos.
Segundo a Noaa, 2019 já está empatado com 2016 como ano mais quente da história entre janeiro e julho, e deve ficar entre os cinco mais quentes de todos os tempos.
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