Kani: o que é, do que é feito e propriedades

Conheça o kani, um alimento de origem asiática, mas que é usado em diversos países

O kani é uma carne processada de peixe que é geralmente utilizada para substituir a carne de caranguejo. Conhecida nos Estados Unidos como “imitação de caranguejo”, a carne em si não é feita do animal, e sim de surimi, uma carne de peixe branco (como pollock) que é desossada, lavada para remover a gordura e pedaços indesejados e transformada em uma pasta. Essa pasta é incorporada com outros ingredientes e forma o kani. 

O alimento tem origem Asiática, onde chefes japoneses criaram a receita para aproveitar restos de peixe. A receita original foi estabelecida nas décadas de 70 e 80, quando ela foi comercializada fora da Ásia e tomou seu espaço no mercado internacional. 

Desde então, o kani é um ingrediente popular em diversos pratos de origem asiática, mas que são vendidos ao redor do mundo. O próprio sushi, por exemplo, pode ser feito com essa carne processada. 

Salmão: não tão saudável a você e a natureza

Do que é feito o kani? 

Além do surimi, o kani leva outros ingredientes em sua composição que ajudam a formar a consistência da carne. São eles: 

• Clara de ovos;
• Sal;
• Açúcar;
• Adoçantes;
• Amidos;
• Sabores naturais ou artificiais;
• Óleo vegetal;
• Glutamato monossódico.

A aparência característica do filé, que é branco com listras avermelhadas, deriva do uso de alguns corantes na formulação do alimento. Ele é adicionado, na maioria das vezes, para simular carne de caranguejo.

Nutrição

Diferentemente da carne de caranguejo convencional que é rica em proteína, o kani deriva a maioria de suas calorias de carboidratos adicionados. Cerca de 85 gramas de kani possuem: 

• Calorias: 81g
• Gorduras: 0,4g
• Carboidratos: 12,7g
• Proteína: 6,5g
• Colesterol: 17mg
• Sódio: 715mg
• Vitamina B12: 8% dos Valores Diários (VD)
• Magnésio: 9& dos VD
• Fósforo: 24% dos VD
• Zinco: 2% dos VD
• Cobre: 1% dos VD
• Selênio: 27% dos VD

Em comparação com o caranguejo normal, o kani possui dez vezes menos proteína. Mesmo que possuam calorias similares, os valores de outros nutrientes e vitaminas benéficos também é reduzida no kani, o que indica que o caranguejo em si é mais saudável. 

Além disso, como não é um alimento natural, o kani possui preservantes, corantes e outros ingredientes possivelmente prejudiciais à saúde e sem muitos benefícios nutricionais. 

Possíveis benefícios 

Infelizmente, quando comparado ao caranguejo convencional, o kani não possui muitos benefícios alimentícios, uma vez que a carne original possui mais propriedades. Ainda sim, essa carne possui poucas calorias e gorduras e é mais acessível e conveniente para o uso do que o caranguejo convencional.

Entretanto, é necessário lembrar que por se tratar de uma carne processada, ela ainda possui aditivos e outros ingredientes potencialmente prejudiciais, ou que contribuem para a sua falta de nutrientes.

Impacto ambiental 

Assim como todo fruto do mar e derivados, o kani contribui para diversos problemas ao ecossistema marinho. A pesca, afinal, é uma das maiores causas para a poluição plástica. 

Todo ano, mais de 600 mil toneladas de plástico são encaminhadas aos oceanos em forma de materiais de pesca descartados incorretamente. Seja em redes ou outros materiais, o plástico no oceano cresce exponencialmente com a pesca. A pesca fantasma, que ocorre quando espécies marinhas são ameaçadas pelo descarte inadequado desses materiais, também ocorre durante esse processo. 

De acordo com uma publicação da FAO (A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), os impactos da pesca no ambiente aquático são equivalentes aos impactos da agropecuária no ambiente terrestre. Desse modo, ambos contribuem para a degradação de seus respectivos ecossistemas explorados. 

O pollock, peixe usado na produção de surimi, também é vítima da sobrepesca, que ameaça a cadeia alimentar marinha e influencia o uso de outras espécies na produção do kani.

O processo de produção do alimento também é responsável pelo desperdício e possivelmente poluição da água, uma vez que os pedaços de peixe utilizados na receita são lavados várias vezes para. Quando a água resultante desse processo não é tratada adequadamente, ela pode contaminar outros corpos d’água.