Espécie de peixe é capaz de sobreviver em águas altamente poluídas

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A questão que fica é: quão rápido as populações se adaptam às grandes áreas contaminadas?

Imagem: Andrew Whitehead, UC Davis

Nos Estados Unidos, cientistas descobriram uma espécie de peixe que conseguiu se adaptar a situações e ambientes muito diferentes do esperado. De acordo com a Universidade da Califórnia, o killifish pode passar a vida nadando em águas poluídas graças a mutações genéticas que deixam seu corpo tolerante à poluição industrial.

A espécie normalmente vive próxima à costa atlântica. Segundo o toxicologista e autor do estudo, Andrew Whitehead, por serem sensíveis à poluição, funcionam como uma espécie indicadora, muitas vezes usada como barômetros para analisar a saúde dos ecossistemas.

Apesar do killifish ter conseguido se manter em águas poluídas, não significa que outras espécies irão se adaptar também, diz Whitehead.

Em algumas áreas de Massachusetts, Nova Jersey, Connecticut e Virginia (estados dos Estados Unidos), que foram altamente poluídas nas décadas de 1950 e 1960 com mercúrio, PCBs e outros poluentes industriais, cerca de 400 exemplares do peixe foram coletados para a realização de estudos sobre suas mudanças genéticas.

Os pesquisadores compararam os genomas do killifish que vivem em áreas poluídas com os de mesma espécie que vivem em águas limpas. Nos peixes resistentes à poluição, foram encontradas mutações que ajudam a desativar as células afetadas pelos compostos químicos. Entre os peixes de água limpa, essas mutações são raras.

Alguns peixes da espécie chegam a tolerar oito mil vezes a dose letal para a maioria dos killifish. Os cientistas suspeitam que houve uma mutação em seu código genético, o que fez com que mudassem a forma como seus corpos lidam com a poluição, não alterando sua aparência física. Porém, ao se adaptarem a um novo local, os peixes tolerantes à poluição perdem um pouco da sua genética, diminuindo a diversidade.

O biólogo Christopher Martyniuk, da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, diz que a grande questão é: quão rápido as populações se adaptam às grandes áreas contaminadas?

Cientistas afirmam que essa descoberta pode ajudar a compreender como os poluentes químicos afetam as pessoas e os animais, além de auxiliar também nas pesquisas sobre diferenças genéticas.



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