Enval, empresa que detém patente de tecnologia inovadora, investe em fábrica na Inglaterra, ainda sem data prevista para começar atividades
Aquele plástico laminado que embala salgadinhos e pacotes de biscoitos, o BOPP, tem uma destinação final ainda um tanto complicada. Apesar de ser reciclável, a viabilidade econômica do processo no Brasilainda não vale a pena. Algumas empresas, como a Nestlé e a Pepsico se aliaram à iniciativa canadense da Terracycle para dar uma solução alternativa a esses produtos (veja mais abaixo). No entanto, a própria Nestlé e a Kraft Foods, outra companhia multinacional do ramo alimentício, procuraram uma forma mais sistemática e efetiva de lidar com esse resíduo, em termos globais.
As duas companhias em questão apoiam a construção da primeira fábrica comercial para a reciclagem de plásticos e demais laminados feitos a base de alumínio, que está sendo tocada pela Enval, uma empresa específica do ramo, no Reino Unido. A fábrica ainda não tem data para ser inaugurada.
Apesar de não serem clientes diretos da companhia idealizadora da fábrica (apenas parceiros), Kraft e Nestlé reconhecem a importância do investimento em tecnologia para achar uma destinação correta aos materiais laminados de origem plástica. Para a Enval, esse reconhecimento é importante até para contatar outras empresas que atuam com esse tipo de material. Assim, ao mesmo tempo que expandem a marca, evitam que qualquer resíduo do tipo não tenha uma destinação correta ao longo de toda a cadeia produtiva.
Tecnologia Enval
A tecnologia patenteada da Enval oferece uma saída sustentável para todos os tipos de produtos feitos com plástico laminado que ainda não foram reciclados nenhuma vez. A tecnologia separa os componentes que constituem o material, produzindo alumínio secundário limpo (usado por vários tipos de indústrias), e hidrocarbonetos, que podem ser utilizados na produção de combustível. Outros materiais de difícil reciclagem, como sacos feitos com materiais não usuais e tubos feitos de plástico, também poderão ser reciclados com a tecnologia em questão.
O processo utilizado é o de pirólise induzida, que permite o tratamento dos materiais sem o uso de oxigênio – não há queima de material e a energia utilizada é de fonte renovável. Trata-se de um método, segundo a empresa, economicamente e ambientalmente viável, que oferece um resultado benéfico para os resíduos que seriam enviados para aterro ou incinerados.
Solução no Brasil
Enquanto um tipo de tecnologia patenteado, como a da Enval, não chega ao Brasil, as empresas se viram como podem. Para isso, usam muita criatividade. Uma alternativa de sucesso até o momento é a parceria com a Terracycle, empresa que faz um upcycle de resíduos em geral, especialmente do BOPP. Bolsas, carteiras, mochilas e vários outros materiais são feitos a partir do plástico que seria descartado.
Bom exemplo
A empresa multinacional de embalagens Tetra Pak, que também lida com materiais de alumínio, tinha um grande problema semelhante nas mãos com as caixinhas longa vida. O amálgama dos seis materiais presente em sua composição (entre eles papel, plástico e alumínio) impedia e reciclagem. No entanto, a empresa investiu forte em inovação tecnológica e desenvolvimento de processos que oferecessem uma solução – as caixinhas são jogadas numa espécie de liquidificador gigante, ocorre a separação entre as fibras plásticas, de papel e de alumínio; após a limpeza, elas são encaminhadas para a produção de novas mercadorias, como caixas de papelão, telhas ou até panfletos distribuídos pela própria empresa.
E se você quer reciclar ou descartar qualquer material, plástico ou não, que já não te serve mais, dê uma pesquisada na seção Postos de Reciclagem da eCycle.
Para mais informações, entre no site da Enval (em inglês). Para mais informações sobre plásticos, entre na seção Recicle Tudo.
Imagem: www.enval.com