O lactovegetarianismo é um tipo de vegetarianismo caracterizado pela exclusão do consumo de qualquer tipo de carne e ovo, mas que mantém o consumo de laticínios. Essa dieta é relativamente comum por conta de sua flexibilidade. Muitas vezes, opções sem carne em menus de restaurantes e até mesmo em substitutos de carne contam com a adição de produtos feitos a partir do leite, o que pode facilitar a alimentação do grupo adepto à dieta.
Além do lactovegetarianismo, a Sociedade Vegetariana Brasileira reconhece três tipos de vegetarianismo, mais o veganismo (que é considerado um estilo de vida e não apenas uma dieta). São eles o ovolactovegetarianismo, ovovegetarianismo e o vegetarianismo estrito.
Embora comum e reconhecido pela SVB, muitas vezes a nomenclatura do lactovegetarianismo é desconhecido. Por isso, muitas pessoas lactovegetarianas preferem dizer que são vegetarianos, mas que não consomem ovos.
Algumas religiões como o budismo e o janismo são adeptos ao lactovegetarianismo por questões religiosas, entretanto, esse não é o único motivo para adotar a dieta. Questões éticas, ambientais e de saúde também podem contribuir na decisão. Porém, é importante notar que, como qualquer dieta, é necessário manter equilíbrio e refeições balanceadas para manter a saúde.
Por outro lado, muitas pessoas acreditam que o lactovegetarianismo não é uma prática tão ética como outras vertentes do vegetarianismo, como o vegetarianismo estrito (ou veganismo).
A indústria de laticínios é responsável pelo sofrimento de aproximadamente 270 milhões de vacas no mundo inteiro, que são confinadas e exploradas por seu leite que, inicialmente seria destinado aos bezerros. Além do sofrimento animal, a confecção desses produtos é grande contribuinte para as mudanças climáticas e para a degradação do meio ambiente em geral.
Entre os impactos ambientais dessa indústria estão a emissão de metano, pela qual a indústria da agropecuária é responsável por 30%, alto consumo e poluição da água por fertilizantes e estrume, destruição do solo e desertificação de áreas florestais para a criação de campos de pasto.
Porém, a exclusão de parte dos alimentos derivados dessa indústria, como a própria carne, já pode ajudar.
Do que consiste uma dieta ovolacto
Assim como os outros tipos de vegetarianismo, o lactovegetarianismo possui uma base de alimentação que inclui:
O consumo de carne está associado à inflamação, uma condição que pode aumentar os riscos de doenças crônicas, como a diabetes tipo 2, câncer e doenças cardiovasculares. De acordo com uma pesquisa publicada em 2013, vegetarianos podem ter até um terço menos probabilidade de morrer ou serem hospitalizados por doenças cardíacas.
Isso se dá ao alto consumo de fibras alimentares, característica das dietas sem carne. As fibras ajudam no controle dos níveis de açúcar no sangue, que diminuem o colesterol e consequentemente diminuem as chances do desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Embora o leite seja considerado um alimento gorduroso, a base do lactovegetarianismo ainda é estabelecida pelo consumo de produtos vegetais. Desse modo, em uma alimentação saudável e equilibrada, a dieta pode ajudar no emagrecimento.
Um estudo publicado em 2011, por exemplo, comprovou que a cada aumento de dez gramas no consumo de fibra solúvel, o ganho de gordura da barriga diminui em 3,7% em um período de cinco anos. Os alimentos ricos em fibras também aumentam a sensação de saciedade, podendo ajudar no controle da fome.
Além disso, diversos estudos comprovam que pessoas que não consomem carne possuem um IMC menor do que as que comem.
O consumo desses grupos de alimentos, principalmente os ricos em fibras, nozes, grãos integrais e outros alimentos com baixo índice glicêmico pode ajudar na prevenção da diabetes, uma doença altamente associada à má alimentação. Embora não tenha cura, o plano alimentício do lactovegetarianismo, quando balanceado, pode manter a diabetes estável o suficiente para uma vida saudável.
Um estudo de 2014 descobriu que pessoas que seguem uma dieta lactovegetariana possuem 33% menos chances de desenvolver diabetes tipo 2, em comparação com aqueles que seguiram dietas não vegetarianas.
Uma pesquisa publicada no BMC Medicine indica que pessoas que comem menos carne, ou não comem carne em geral, possuem menos chances de desenvolver câncer. De acordo com o resultado da pesquisa, veganos e vegetarianos tinham 14% menos chances de desenvolver a condição em comparação com os participantes que comiam carne mais de cinco vezes por semana.
Além da isenção da carne, também associada ao desenvolvimento da doença, especialistas acreditam que essa característica do vegetarianismo é um resultado do alto consumo de frutas e vegetais, uma vez que vegetarianos são mais propensos a adquirir as cinco porções diárias necessárias desses alimentos.
Porém, o excesso de cálcio presente no leite e de outros alimentos pode aumentar o risco de fonte confiável de câncer de próstata. Os açúcares do leite podem estar associados a um risco ligeiramente maior de câncer de ovário.
Assim como todo alimento de origem animal produzido nos moldes industriais convencionais, o leite de vaca concentra mais agrotóxicos do que qualquer alimento vegetal. Além disso, os antibióticos administrados a vacas leiteiras – por conta dos métodos agressivos de extração do leite, que causam infecção nas mamas – também podem estar ligados a alergias ao leite.
O consumo de leite também está associado ao desenvolvimento de alguns tipos de alergia, intolerância à lactose e ao aparecimento de acne na pele.
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Quando o plano alimentício é baseado nas dependências do organismo, o lactovegetarianismo é extremamente seguro. Porém, existem alguns cuidados a serem tomados na hora de transicionar para qualquer dieta vegetariana.
O corte da carne, por exemplo, deve ser compensado com altos níveis de proteína vegetal. Já a vitamina B12, que também é isenta na alimentação vegetariana, deve ser suplementada.
A suplementação na dieta lactovegetariana deve ser feita com a ajuda de um nutricionista ou outro profissional da saúde e geralmente inclui o consumo de ferro, ácido fólico, vitamina B12, vitamina D e
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