As latas de alumínio podem demorar de 100 a 500 anos para se decompor. Por outro lado, elas têm alto potencial para retornar para a cadeia de produção até o fim de sua vida útil. Isso porque o alumínio é infinitamente reciclável!
O Brasil é um dos países que mais realiza a reciclagem de latas de alumínio para bebidas. Esse processo ainda gera renda para catadores. Entenda.
O alumínio é o metal não ferroso mais utilizado pela humanidade. Cerca de 68 metais existentes, é o segundo mais maleável e está presente em diversos objetos. Alguns exemplos incluem computadores, automóveis, talheres, latas de bebidas e bicicletas. Por ser leve, macio, resistente, maleável e resistente à corrosão, ele é bastante usado nas indústrias.
Apesar de ser um metal abundante na crosta terrestre (8,1%), raramente é encontrado livre. Para a obtenção do alumínio, há diversas maneiras. A maior parte delas utiliza a extração de bauxita.
O método mais utilizado atualmente é o de Hall-Héroult, que consiste em um processo elétrico do refinamento da bauxita a elevadas temperaturas e tratamentos químicos. Um dos problemas desse método é o seu elevado custo energético (utiliza-se cerca de 14,5 kW/h para a produção de um quilo de alumínio).
No entanto, após a extração, ele tem inegáveis vantagens. A extração de bauxita ocorre em menor escala. São necessárias cerca de quatro toneladas para produzir uma tonelada de alumínio primário. Por outro lado, a proporção de bauxita é bem maior com outros métodos.
Além disso, o índice de gasto de energia é bem mais baixo na hora da reciclagem dos materiais. Pode-se produzir cerca de 20 novas latas recicladas com a mesma quantidade de energia usada na produção de uma lata feita com minérios virgens!
Pela possibilidade de reciclagem, muitas vezes, o alumínio é visto como uma “opção mais verde” em relação ao plástico, por exemplo. No entanto, é preciso considerar que ele tem grandes impactos ambientais e que, em grande parte das vezes, mundialmente utiliza-se matéria-prima virgem e não alumínio reciclado.
Nas palavras de Carl A. Zimrig, autor do livro Alumínio Upcycled: “enquanto os designers criam produtos atraentes de alumínio, as minas de bauxita em todo o planeta intensificam sua extração de minério a um custo duradouro para as pessoas, plantas, animais, ar, terra e água das áreas locais”. É preciso incentivar a reciclagem e o uso do alumínio reciclado, além de levar em consideração seus impactos.
A produção de alumínio, desde a extração da bauxita até a transformação da alumina em alumínio, gera alguns gases poluentes, como o gás carbônico (CO2) e os perfluorcarbonetos (PFCs). A frequente emissão desses gases na atmosfera contribui para o efeito estufa e intensifica o processo do aquecimento global. É importante ressaltar que os gases PFCs são de 6.500 a 9.200 vezes mais potentes que o gás carbônico (CO2) para a criação do efeito estufa.
Além de diminuir os impactos provenientes da produção de alumínio, a sua reciclagem também possui inúmeras vantagens, como:
Um dos grandes problemas deste processo é o elevado volume de escória produzido. A escória possui um elevado teor de produtos tóxicos e perigosos. Alguns exemplos incluem nitretos, carbetos e metais pesados. Por isso, é classificada como resíduo perigoso pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
Contudo, a escória pode ser aproveitada em outras áreas industriais, como a de concreto. O concreto constituído por escória apresenta um maior poder de aglutinação e tempo de secagem muito menor do que o concreto normal. Isso a torna aproveitável.
Após a remoção de todas as impurezas, a sucata de alumínio é colocada em fornos e fundida até alcançar o estado líquido, momento no qual é transformada em lingotes. Por último, a sucata é laminada e vendida para as indústrias de alumínio.
Como já mencionado, o Brasil é um dos países que mais recicla alumínio no fundo e a maior parte desse material que é reaproveitado é oriundo das latinhas de alumínio. Parte do impulsionamento da reciclagem ocorre devido ao trabalho de catadores de materiais recicláveis.
Em geral, a reciclagem de latas de alumínio possui um papel importante na economia brasileira. A indústria brasileira de alumínio tem participação significativa no PIB do país, representando cerca de 4,9% do PIB Industrial.
De fato, apenas em 2021, o Brasil foi responsável pela reciclagem de 33 bilhões de latas de alumínio, o que representa 98,7% do reaproveitamento do material produzido ao longo do ano. Os números foram divulgados pela Associação Brasileira do Alumínio (Abal) e a Abralatas.
Segundo as entidades, trata-se do maior índice da história da reciclagem de latas no país, desde o início do mapeamento em 1990, sendo também um dos maiores do mundo.
“Há mais de dez anos, o índice de reciclagem de latas de alumínio se encontra em patamares superiores a 96%. O Brasil é benchmark (referência) no setor para o mundo, graças aos esforços conjuntos de toda a cadeia de suprimento e dos investimentos da indústria do alumínio na modernização do setor e na ampliação dos centros de coleta e reciclagem”, destaca Janaina Donas, presidente da Abal.
O alumínio é um dos materiais mais reciclados, um dos motivos é porque sua reciclagem pode ser feita várias vezes sem degradar a qualidade do material (alumínio).
O processo de reciclagem de lata de alumínio é feito a partir do recolhimento da sucata do alumínio por ONGs, cooperativas e catadores. Depois da coleta, as sucatas de alumínio são enviadas aos centros de coletas das indústrias de reciclagem, onde passam por esteiras para que todas as impurezas sejam removidas.
Após a remoção das impurezas, a sucata de alumínio é prensada em fardos. Em seguida, é enviada aos centros de fundição, onde passam por um novo processo de triagem. Depois, as latas são trituradas e passam por um processo químico. Isso acontece para a retirada de substâncias que possam estar presentes no alumínio, como tintas e vernizes.
As latas de alumínio demoram de 100 a 500 anos para serem decompostas. Enquanto isso, a reciclagem desse material ocorre em um tempo bem menor.
O alumínio é um material 100% reciclável e pode passar por esse processo infinitas vezes sem causar a perda de suas características. Para isso, existem muitas cooperativas de reciclagem espalhadas pelo país e muitas indústrias especializadas na reciclagem do alumínio.
Para dar esse destino aos itens de alumínio, basta descartá-los no local específico das lixeiras de reciclagem — o alumínio é representado pela cor amarela, dos metais. Atualmente, muitos locais também contam com o sistema de coleta seletiva da prefeitura, que recolhe resíduos recicláveis da porta de casa.
Ou, se não tiver acesso a esse tipo de programa, basta seguir a dica abaixo. Lembre-se: sempre opte pelo descarte consciente, com respeito pelo planeta.
Também é importante fazer a higienização das latinhas, para que não acabem contaminando outros resíduos limpos e para que não comprometam a saúde de catadores e trabalhadores das coletivas de reciclagem.
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