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Mandato pode ser eficiente na luta contra os efeitos do aquecimento global

Estabelecido na Califórnia no começo do ano, o mandato de compostagem obrigatória do estado tem o como objetivo a redução do desperdício de alimentos em aterros sanitários em 75% até 2025. Desde sua criação, a lei foi capaz de inspirar mais de 200 cidades ao redor dos Estados Unidos a começarem a compostagem de restos de alimentos. 

Os restos de comida compõem cerca de 20% do lixo nos aterros sanitários do país. Uma vez que esses alimentos se decompõem, eles liberam metano no ar — um gás do efeito estufa que é 21 vezes mais potente que o dióxido de carbono (CO2). O metano é liberado tanto na produção de comida derivada da agropecuária quanto no seu desperdício. Portanto, a sua redução pode ser essencial para retardar os efeitos do aquecimento global

No processo de decomposição normal, a produção de metano é feita uma vez que os restos de alimentos são enterrados. A falta de oxigênio leva a formação e liberação do gás. Porém, a compostagem é feita com o auxílio do oxigênio, o que impede a formação de metano e produz apenas gás carbônico, água e húmus — um material rico em nutrientes que pode agir como fertilizante

Recology, uma empresa baseada em São Francisco é pioneira no recolhimento de resíduos orgânicos, como os restos de comida. Só em 2020, ela foi responsável pela reciclagem de mais de 800 mil toneladas de matéria orgânica para compostagem. 

Agindo na Califórnia, a Recology conseguiu desviar mais de 2 milhões de toneladas de materiais compostáveis de aterros sanitários, além de encaminhar o húmus para agricultores locais usarem-no como fertilizante. O processo de compostagem feito pela empresa é capaz de reduzir a produção de metano em até 80%, o que é benéfico para fazendeiros, solo e para o planeta. 

Um plano de racionamento de água estipulado semana passada no sul da Califórnia foi responsável pela conscientização dos moradores para a importância de tornar a agricultura mais eficiente. A Califórnia é a maior produtora de alimentos dos Estados Unidos, uma indústria que pode ser muito abrasiva ao meio ambiente. 

Em meio a nova legislação de compostagem, o estado impulsionou uma medida sustentável para acabar com o desperdício e para efetivar a produção de comida. Dessa forma, o húmus resultante da compostagem pode ser destinado às plantações, enriquecendo o solo e podendo ser um fator contribuinte para evitar a escassez de água no estado. 

Essa contribuição é feita através da riqueza do húmus, que cria uma “esponja natural” capaz de absorver e reter a água dentro do solo. A medida, então, faz com que menos água seja utilizada nas plantações, efetivando o funcionamento da indústria agrícola local. 

O mandato teve seu início oficial no dia 1º de janeiro de 2022 e envolve todos as cidades da Califórnia. Os projetos de compostagem foram incentivados pelo governo, que disponibilizou lixeiras para materiais orgânicos que serão recolhidos frequentemente para que sejam destinados aos agricultores locais.


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