Um levantamento feito pela Associação Internacional de Resíduos (ISWA, na sigla em inglês), em parceria com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza (Abrelpe) e com o Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana (Selur), analisou a produção de resíduos sólidos no Brasil de 2010 a 2014… E o resultado não é nada bom. Segundo o levantamento, caso lixões permaneçam em funcionamento e o descarte incorreto de resíduos se mantenha alto, os gastos relacionados com saúde e meio ambiente podem variar de US$ 3,2 bilhões a US$ 4,65 bilhões em cinco anos.
A pesquisa mostra que aproximadamente 75 milhões de brasileiros têm seus resíduos destinados em locais impróprios, como lixões a céu aberto. Isso causa graves impactos ao meio ambiente e à saúde da população, em especial para aqueles que entram em contato com os resíduos, como moradores de casas próximas aos lixões, catadores de lixo e trabalhadores de limpeza urbana. Acumulados e não tratados, os resíduos contaminam água, solo, ar, fauna e flora.
Como a média de custo por paciente atendido pelo SUS é de US$ 500, a pesquisa estima que o Brasil gaste até US$ 370 milhões por ano tratando indivíduos afetados pelo descarte incorreto de resíduos – em cinco anos, a despesa é de US$ 1,85 bilhão. Os custos contabilizados pela ISWA cobrem não apenas os tratamentos, mas também o impacto dos dias de trabalho perdidos por afastamento médico e custos psicossociais causados ao moradores.
Para além da perda econômica relacionada exclusivamente com a saúde, a destinação incorreta proporciona, segundo as estimativas da pesquisa, custos médios de US$ 2,1 bilhões por ano – isso devido a emissões de CO2, danos à água, ao solo, à flora e à fauna. Segundo o presidente do Selur, Ariovaldo Caodaglio, se a situação não mudar, a tendência é de os custos aumentem ainda mais.
Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), cidades de todo Brasil deveriam extinguir os seus lixões e substitui-los por aterros sanitários, entre outras medidas. O Senado aprovou um projeto, de autoria da senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), que adia o prazo para os municípios executarem essas mudanças. Mais tarde, um emenda foi enviada pelo senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), que propunha a adoção de prazos que variassem de acordo com o número de habitantes do município. A senadora defende que muitos municípios, por falta de estrutura ou recursos, não seriam capazes de cumprir o prazo inicial estipulado, e afirma que a Lei do PNRS não foi realista em sua formatação ao prever que os municípios assumissem a responsabilidade por essa tarefa complexa.
Para saber a diferença entre lixão e aterro sanitário, confira o vídeo.
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