Imagine se fosse possível realizar a limpeza de azulejos, pisos, cerâmica, fogão, geladeira e objetos da sua casa com um limpador multiuso que não deixa sua consciência pesada com relação ao meio ambiente. Será que é possível? A resposta para essa pergunta não é tão simples, então continue a leitura…
O limpador multiuso comum, além de fragrâncias, coadjuvantes e água, têm como componente principal na sua formulação uma substância chamada LAS (sulfonato de alquilbenzeno linear).
O LAS é um surfactante tensoativo aniônico. Isso significa que ele possui alto poder espumante, alta detergência e alta umectância.
Para dar fragrância também são utilizados compostos orgânicos voláteis, os chamados VOCs. O problema é que alguns tipos de VOCs, mesmo que sejam de origem natural, podem causar danos à saúde.
Essas características tornam o limpador multiuso a base de LAS, após seu uso na limpeza, um empecilho à saúde humana e ao meio ambiente.
Quando o LAS presente no limpador multiuso e em outros materiais de limpeza vai parar em corpos d’água, ele inviabiliza a vida aquática por meio da diminuição da permeabilidade da luz, da quebra de tensão superficial da água (que diminui o oxigênio dissolvido), da estagnação de partículas em suspensão, do aumento na concentração de PCBs e PAHs, da formação espuma e da danificação de membranas celulares.
O LAS também inviabiliza a reprodução e crescimento de invertebrados do solo e apresenta efeitos agudos para o plâncton, as bactérias e os crustáceos. Em longo prazo de exposição, ele pode causar alteração da bioquímica dos rins.
Podemos optar por um limpador multiuso caseiro ou até mesmo um limpador multiuso já pronto, mas que possua tensoativos não-iônicos. Esses tensoativos não-iônicos apresentam poder de redução da tensão superficial – que é o que permite realizar a limpeza, mas também é um fator prejudicial ao ambiente após o uso doméstico, assim como ocorre no limpador multiuso com LAS. Entretanto, o poder de produção de espuma é menor nos tensoativos não-iônicos do que nos iônicos. Ou seja, essa não é uma solução, mas com certeza é uma forma de redução de danos.
De qualquer modo, mesmo com ingredientes caseiros ou tensoativos não-iônicos, é importante lembrar que qualquer substância em demasia, mesmo que seja biodegradável, tem um potencial (umas mais, outras menos) de se tornar uma substância poluidora após o uso. Por isso é preciso consciência.
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