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Pesquisa estima a quantidade de equipamentos de pesca no oceano
Uma pesquisa australiana estima que a quantidade de equipamentos de pesca despejada no oceano anualmente é suficiente para dar a volta no planeta até 18 vezes. A descoberta publicada no Sciences Advances conta a entrevista de mais de 400 entrevistas ao redor de sete países.
A partir das entrevistas, os pesquisadores da Universidade da Tasmânia foram capazes de concluir que a maior quantidade de equipamentos perdidos derivam de embarcações menores e redes de pesca que atingem profundidades menores. Em entrevista ao The Conversation, o time explica que se o ritmo atual for mantido, em 65 anos haverá redes de pesca suficientes para cobrir todo o planeta.
Todo ano, mais de 500 mil toneladas de plástico são encaminhadas aos oceanos em forma de materiais de pesca descartados incorretamente, contribuindo para a poluição do meio aquático e ameaça à biodiversidade local.
Diversos animais são impactados pela perda ou descarte incorreto de equipamentos de pesca. Os materiais, muitas vezes derivados do plástico, são ingeridos ou enrolados na fauna aquática, comprometendo sua saúde e, potencialmente, levando à morte.
Além de cortes resultantes da fricção do plástico com a pele desses animais, relatos comprovam que animais podem sufocar ou perder parte de sua mobilidade decorrente do contato com materiais de pesca.
Pouco tempo atrás, especialistas do Aquário de New England nos Estados Unidos anunciaram que uma das baleias observadas pelo estabelecimento sofreu o seu quinto embaraçamento em redes de pesca. De acordo com a avaliação de representantes, a saúde do animal foi reduzida significativamente — indicando a possível morte do animal em um futuro próximo.
De acordo com os pesquisadores australianos, o equipamento de pesca causa um maior impacto na fauna aquática do que outros tipos de material, uma vez que são feitos especialmente para a captura de animais.
Dados recentes indicam que as populações de tubarões e raias diminuíram em até 70% nos últimos 50 anos decorrente do seu embaraçamento em redes e linhas de pesca. Em 2019, por exemplo, um estudo relatou mais de mil casos de tubarões e raias emaranhados nesses materiais.
Por outro lado, os especialistas da Universidade da Tasmânia concluíram que o balanço auto-relatado da percentagem de perdas de equipamentos de pesca parece ser menor do que as estimativas feitas em 2019 — um fenômeno potencialmente derivado do esforço de pesca global e das melhorias tecnológicas da pesca, que efetivam o rastreamento e recuperação dos materiais.
No entanto, eles ainda reforçam a necessidade da implementação de novas estratégias dentro da ação, além do incentivo de boas práticas de descarte.
