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Fizemos uma seleção de livros sobre meio ambiente e sustentabilidade para ajudar quem quer ficar por dentro do tema

O Observatório do Clima fez uma lista com livros sobre meio ambiente para quem precisa se familiarizar com o tema. Nós aproveitamos para juntar algumas sugestões e sugerir leituras para se aprofundar também no tema da sustentabilidade. Confira a seleção e boa leitura!

Livros sobre meio ambiente e sustentabilidade

50 grandes ambientalistas – de Buda a Chico Mendes, de Joy Palmer

O livro traz à tona a relação entre a evolução humana e a degradação do meio ambiente. Apresenta, em textos claros e objetivos, ideias e doutrinas de cinquenta personalidades estimulantes – de todas as partes do mundo, da Antiguidade até nossos dias – que tiveram indiscutível influência sobre a ação e o pensamento ambientalistas.

Filosofia Verde, de Roger Scruton

Nessa obra, o autor busca desenvolver um olhar alternativo para os problemas ambientais, partindo de uma análise filosófica. Ele propõe uma perspectiva dos problemas de modo que sejam vistos como nossos e que possamos resolvê-los, valendo-nos da moral. Pensando na questão ambiental em seu todo, Scruton se vale de filosofia, história, psicologia, economia e ecologia.

Ele defende as iniciativas locais contra os esquemas globais, a associação civil contra o ativismo politico e as fundações de pequeno porte contra as campanhas de massa. O autor critica as regulamentações de cima para baixo e os movimentos fixos e suas bandeiras, vendo o problema ambiental como perda de equilíbrio.

O Princípio Responsabilidade, de Hans Jonas

O livro analisa as éticas clássicas e modernas e procura demonstrar-se como estas não conseguem lidar com a possibilidade ou com o futuro, mas apenas com a proximidade e com o presente. A partir dessa impossibilidade dos sistemas éticos clássicos e modernos, Jonas propõe sua tese: devemos evitar arriscar a vida humana futura, ou seja, diante dos avanços inevitáveis das tecnologias devemos nos perguntar se temos o direito de arriscar a vida futura da humanidade e do planeta.

Muito além da economia verde, de Ricardo Abramovay

Com os recursos naturais cada vez mais escassos, o consumo aumentando e a riqueza concentrada, o livro fala de como é questão de tempo para toda a economia e o meio ambiente entrarem em colapso. O que as empresas fazem hoje e estão dispostas a fazer num futuro próximo é de grande importância, mas não é o suficiente. Por isso o livro trata de como é necessário repensarmos nossa economia global e analisar a forma como consumimos e vivemos.

Desenvolvimento Sustentável – O desafio do século XXI, de José Eli da Veiga

O debate que contrapôs capitalismo e socialismo como polos opostos mutuamente excludentes tende a revelar-se tão sem importância para o terceiro milênio quanto mostrou ser nos séculos XVIII e XIX o debate sobre católicos e os vários reformadores nos séculos XVI e XVII sobre o que constituía o verdadeiro cristianismo. Cada vez mais, um provável futuro não capitalista deixa de ser identificado com a utopia socialista. Nesse contexto, o desenvolvimento sustentável – com todas as ambiguidades e insuficiências inerentes à expressão – certamente anuncia a utopia que tomará o lugar do socialismo. Essa é a tese central deste livro, que procura esmiuçar o que realmente traz de novo a ideia do desenvolvimento sustentável.

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Monoculturas da mente, de Vandana Shiva

De formde lúcida e acessível, a autora examina as ameaças correntes à biodiversidade do planeta e às consequências ambientais e humanas de sua erosão e substituição pela produção monocultural. Ela mostra como a nova Convenção sobre a Biodiversidade foi gravemente solapada por uma mistura de diluição diplomática durante o processo de negociação e de interesses Bi-tech do Norte que estão ganhando dinheiro com as novas biotecnologias.

A origem das especies, de Charles Darwin

Pode parecer estranho, mas o livro ainda é considerado como um dos mais inovadores e desafiantes tratados biológicos já escritos. Com sua abordagem sobre os processos evolutivos, chocou grande parte do mundo ocidental quando foi lançando, em 1859. Charles Darwin apresentou aos seus primeiros leitores as teorias da seleção natural, dando inicio a discussões fervorosas sobre o tema. Apesar das acirradas polêmicas, as teses do evolucionismo permanecem até hoje.

Atlas: Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia, de Larissa Ribeiro

Este Atlas é resultado de um trabalho intenso que vem sendo desenvolvido nos últimos três anos.​ Toda a parte técnica de cartografia e de design foi realizada solidariamente.​ A ideia é que as informações aqui contidas possam circular e possam ser um importante instrumento de conscientização e, também, de suporte para políticas públicas que envolvam a proteção da população exposta aos agrotóxicos.​ A obra está disponível para download gratuito.

Constituição Federal – vários artigos

Comece pelo básico. No Brasil, a Constituição é uma boa leitura inicial para quem se interessa pela legislação ambiental. Alguns artigos interessantes são o artigo 225, que trata do meio ambiente ecologicamente equilibrado, direito de todos e bem de uso comum; o artigo 231, sobre povos indígenas, e o artigo 170, que institui de forma presciente a defesa do meio ambiente como princípio da ordem econômica do Brasil e estabelece também a função social da propriedade.

A ferro e fogo, de Warren Dean

Ótimo livro sobre a história ambiental do Brasil, ainda que escrito por um norte-americano. Dean (1932-1994), professor da Universidade de Nova York, foi fundo na alma do país ao contar os 500 anos de história (e outros 13 mil de pré-história) na nação do ponto de vista da Mata Atlântica. Logo no começo, Dean lembra que o primeiro ato dos europeus ao pisar em Pindorama foi cortar uma árvore (para fazer uma cruz).

Daí em diante, para a Mata Atlântica, foi ladeira abaixo. Vários dos temas que estão aí até hoje no debate ambiental, como a noção furada de que desenvolvimento é igual a desmatamento, a grilagem de terras, a ineficiência absurda da economia rural e a resistência organizada de setores da sociedade à destruição, aparecem no livro e o leitor percebe que eles são antigos – coisas que o Brasil não resolveu ainda, ou resolveu mal. Deveria ser leitura obrigatória no Enem.

Uma trajetória ambientalista, de Paulo Nogueira-Neto

São os diários do autor, biólogo paulista que criou em 1973 a Secretaria Especial de Meio Ambiente (que viria a se tornar o Ministério do Meio Ambiente). Ele relata mais de 40 anos de carreira para conservar o patrimônio natural do país. “Dr. Paulo”, como é conhecido, narra da perspectiva de protagonista ou observador próximo algumas das maiores batalhas ambientais brasileiras.

É uma leitura para entender que a preocupação com o meio ambiente no país, longe de ser uma modinha importada ou uma imposição externa, data de muito tempo atrás e é informada pela melhor ciência feita no Brasil, por brasileiros. Tampouco é uma agenda de “esquerda”: aliás, uma das grandes lutas de Paulo Nogueira foi para convencer os militares, em plena ditadura, de que “poluição nada tem a ver com política partidária”.

Silent spring, de Rachel Carson

Publicado em 1962, o livro da química americana inaugurou o ambientalismo moderno ao demonstrar, com base em extensas evidências epidemiológicas, dados coletados em campo e documentos governamentais, a ligação entre pesticidas e danos à saúde e ao ambiente. O livro forçou o governo americano a banir o DDT e hoje uma classe inteira de moléculas pesticidas altamente letais, os organofosforados, está banida.

A indústria química não curtiu e fez uma campanha contra Carson, que foi chamada de “histérica”. “Quando o público protesta, confrontado com evidências óbvias dos resultados danosos da aplicação de pesticidas, é alimentado com pequenas pílulas tranquilizantes de meia-verdade”.

The burning season, de Andrew Revkin

Traduzido no Brasil como Tempo de queimada, tempo de morte, o livro do veterano repórter de meio ambiente do New York Times (que virou filme com Raul Julia) conta a história do assassinato de Chico Mendes, do movimento dos empates no Acre e da luta pela preservação da Amazônia. O livro foi produzido a partir de uma investigação jornalística detalhada e sem viés ideológico.

O testamento do homem da floresta – Chico Mendes por ele mesmo, de Cândido Grzybowski (org).

Outra opção para saber mais sobre esse personagem fundamental da história amazônica é este livro organizado por Cândido Grzybowski e publicado no ano seguinte ao assassinato do líder sindical, feito a partir de entrevistas do próprio Chico Mendes.

Fifth Assessment Report e Special Report on Global Warming of 1.5 degrees, do IPCC (Sumários executivos)

O sumário executivo do AR5 é o quinto grande relatório do painel do clima (e consequentemente das mudanças climáticas) das Nações Unidas que sintetiza todo o conhecimento da ciência sobre o aquecimento global, seus impactos e formas de combatê-lo. São três documentos de cerca de 20 páginas cada um que explicam por que o fenômeno não é uma conspiração esquerdista para acabar com o Ocidente. Após ler o AR5, você pode acessar o site do IPCC e baixar o sumário executivo do SR15, o relatório especial sobre aquecimento de 1,5 ºC lançado no ano passado, que concorre ao título de documento científico mais assustador deste século.

Amazônia, de Bertha Becker

A autora, falecida em 2013, foi a maior geógrafa do Brasil. Este livrinho paradidático de Becker é uma introdução à região. Becker trata do espaço físico da Amazônia no país, da expansão da fronteira agrícola, da ocupação “pela pata do boi” da década de 1970, dos projetos de mineração e dos problemas causados pelo latifúndio, como a violência no campo. Uma leitura consistente, atual e sem ideologia.

O menino do dedo verde, de Maurice Druon, e The Lorax, de Dr. Seuss

Vamos começar do começo, né? O menino do dedo verde conta a história de Tistu, um garoto de oito anos cujos pais decidem que a melhor forma de aprender sobre o mundo é cuidando do jardim, onde ele descobre que seus dedos têm o poder de fazer crescer e florescer plantas. Esse clássico da literatura infanto-juvenil francesa merece ser lido juntamente com The Lorax (traduzido no Brasil como O Lórax), uma parábola arrepiante sobre externalidades econômicas. O livro conta a história do Once-Ler, um capitalista falido que desmatou um paraíso para alimentar sua fábrica e precisa arcar com as consequências depois.

Colapso – como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso, de Jared Diamond

Este catatau já clássico do geógrafo da Universidade da Califórnia busca exemplos da história antiga e recente para explicar o fim de sociedades humanas, dos maias aos vikings na Groenlândia, dos anasazi nos EUA à Ruanda do genocídio. Sua tese, corroborada por muitos dados, é que nem sempre o declínio é inevitável, mas frequentemente as sociedades escolhem tomar decisões erradas – e frequentemente elas têm a ver com o uso dos recursos naturais.

Diamond relata como o desmatamento total acabou com os rapa nui, a avançada sociedade indígena da ilha de Páscoa, e com Haiti, país que teve um destino muito diferente de outra nação na mesma ilha, a República Dominicana, que não acabou com suas florestas. Um recado sombrio para um Brasil que parece ter escolhido tomar as decisões erradas na área ambiental.

Suicídio ecológico
Suicídio ecológico: o que seres humanos e bactérias têm em comum?

Avaliação de impacto ambiental, de Luís Enrique Sánchez

Este livro é considerado a bíblia do licenciamento ambiental – que, longe de ser uma jabuticaba, é regido por legislações rigorosas no mundo inteiro, inclusive nos Estados Unidos. A obra apresenta conceitos técnicos, ferramentas e estudos de caso nacionais e internacionais. A leitura ajuda a entender por que o autolicenciamento é uma ideia que não para de pé.

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