Lixo espacial: o que é e quais riscos pode trazer

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Lixo espacial é composto por qualquer objeto de origem humana que foi lançado ao espaço e perdeu sua utilidade, mas permaneceu na atmosfera terrestre. O lixo espacial também é conhecido como “detrito espacial” ou “resíduo espacial”.

Mas como é produzido o lixo espacial? Pesquisas apontam que os objetos que se tornaram detritos no espaço variam dos menos aos mais inusitados. Alguns exemplos de lixo espacial são pedaços de foguetes, satélites sem combustível, porcas e parafusos, lascas de tinta, sacos de lixo, chave de fenda e outras ferramentas perdidas e – pasmem! – até uma espátula!

Riscos que o lixo espacial pode trazer

O lixo espacial vem se acumulando desde que o primeiro satélite criado pela humanidade, o Sputnik-1, escapou da órbita baixa da Terra, em 4 de outubro de 1957.

A ESA (Agência Espacial Europeia) estima que existam 170 milhões de restos de naves, peças, ferramentas e objetos espaciais de diferentes tamanhos orbitando a Terra e representando riscos, caso caiam na superfície terrestre.

No outono de 1962, os moradores de Manitowoc, nos Estados Unidos, testemunharam um evento raro: um pedaço do satélite russo Sputnik-4 veio voando ao redor da Terra e caiu no centro comercial da cidade, abrindo uma cratera no asfalto.

Pedaços de lixo espacial caem na Terra com bastante regularidade, mas geralmente vão parar nos oceanos ou em grandes extensões de terra não habitadas por humanos. Embora haja milhares de resíduos orbitando ao redor do planeta, somente uma pessoa foi atingida por lixo espacial em queda.

Ainda assim, à medida que a quantidade de lixo aumenta, todas as nações precisam se empenhar para conter o problema crescente.

Uma preocupação dos cientistas é o risco que o lixo espacial representa para os satélites e também para a Estação Espacial Internacional, que comumente precisa desviar desses materiais.

Isso porque esses corpos celestes estão envolvidos em muitas das nossas práticas tecnológicas, como uso de celular, acesso à internet, viagens de avião, consulta a boletins meteorológicos e utilização de caixas eletrônicos. Todas essas práticas dependem do bom funcionamento dos satélites.

Na tentativa de lidar com o problema, alguns astronautas, na década de 1980, trabalharam para reabastecer, reformar e consertar satélites, em vez de deixar novos entrarem na atmosfera.

No entanto, a imprevisibilidade do lixo espacial e o enorme espaço que ele consome fazem com que os satélites descartados sejam difíceis de manusear, o que traz riscos para os astronautas em órbita terrestre.

Lixo espacial: tem solução?

Uma solução em relação ao lixo espacial é movê-lo para “órbitas de cemitério”, sem afetar os satélites ativos, e anexar minissatélites aos extintos, na tentativa de torná-los menos obsoletos.

A órbita de cemitério é um tipo específico de órbita em que as espaçonaves são depositadas intencionalmente no fim de sua vida útil, para minimizar a probabilidade de colisão de detritos com espaçonaves operacionais – o que geraria cada vez mais lixo espacial, mais do que já existe na órbita da Terra.

Estudo conduzido por astronautas da Universidade de Warwick, no Reino Unido, alerta que uma grande quantidade de fragmentos orbitais desses objetos que ameaçam os satélites não estão sendo monitorados de perto o suficiente.

A pesquisa revelou que mais de 75% do lixo espacial detectado ainda não é conhecido ou catalogado. Por isso, os astrônomos pedem pesquisas profundas mais regulares sobre detritos em grandes altitudes, que ajudem a caracterizar os objetos e determinar melhor os riscos apresentados aos satélites ativos.

Os astrônomos investigam maneiras de extrair mais informações dos dados da pesquisa. A ideia é obter novas colaborações para garantir que esse estudo funcione como porta de entrada para uma atividade permanente, buscando soluções efetivas para reduzir os impactos do lixo espacial.

Brasileiro de nove anos tem projeto para limpar lixo espacial

O Brasil também contribui com ideias que visam acabar com o lixo espacial – ou, pelo menos, ajudar a reduzi-lo. Uma delas saiu da cabeça do estudante João Paulo Guerra Barrera, de apenas nove anos. Em 2019, João Paulo desenhou um coletor de lixo espacial e conquistou o primeiro lugar no concurso de ciência da Agência Espacial Europeia (ESA) para crianças. O projeto consiste em um equipamento que coleta e recicla detritos encontrados no espaço.

Dois anos antes, João Paulo foi considerado a pessoa mais jovem do mundo a receber um prêmio da NASA (Agência Espacial Americana). Aos sete anos, o pequeno venceu a categoria de mérito literário da agência norte-americana após programar o jogo “Sonic World Space Settlement“, baseado em um livro também de sua autoria: No mundo da Lua e dos Planetas.

Para criar o projeto de limpeza espacial, João se inspirou na própria obra, que conta a aventura de três amigos que viajam pelo espaço com um foguete construído a partir de material proveniente de reciclagem. Ponto para a ciência!

Equipe eCycle

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