Imagem de Galen Crout no Unsplash
Madeira de ágar, também chamada de agarwood em inglês, é um produto extraído de uma espécie arbórea, pertencente ao gênero Aquilaria, em condições naturais e saudáveis, são árvores pálidas e inodoras. Deste modo, a formação do agarwood perfumado depende do complexo estresse biótico e físico induzido nas árvores, que também escurece o tom da madeira.
A infecção, ou seja, o estresse, é o que torna a agarwood a madeira mais cara do mundo. Ainda, a relação entre o fungo e o cheiro, além de ser usada para produzir fragrâncias fortes e agradáveis, é usada por experientes silvicultores locais e biólogos que conseguem distinguir entre uma árvore saudável e infectada.
A madeira de ágar é a madeira mais cara do mundo devido ao seu aroma específico proveniente de uma resina escura e úmida chamada aloés que é liberada pelo sistema de defesa da árvore para impedir a propagação da infecção causada pelo fungo Phialophora parasitica.
Em razão do seu característico aroma almiscarado, balsâmico e leve odor amadeirado da madeira de ágar é a madeira mais cara do mundo. E, com isso, tornou-se símbolo de status para os ricos, seu óleo é usado em perfumes caros e é vendido a preços muito altos.
Agarwood são tipicamente árvores de crescimento rápido, produzindo flores e sementes a partir dos quatro anos de idade. Nativa do sul e sudeste da Ásia, cresce em altitudes de 1.000 metros (3.280 pés) acima do nível do mar, sendo 500 metros (1.640 pés) o mais ideal para seu crescimento.
Culturas do Japão ao Vietnã, China e América do Sul usam fragrâncias à base de madeira de ágar há séculos. Inúmeras religiões o apreciam, e vários textos históricos e míticos dão grande ênfase às suas propriedades.
Durante séculos, apenas reis e altos funcionários podiam pagar, e era amplamente conhecido como um símbolo de riqueza. Segundo estudo, agarwood é descrita como um produto perfumado de riqueza e luxo desde 1.400 a.C. Fez parte de importantes eventos religiosos, uma vez que foi supostamente usada no enterro de Cristo. Além de ser usado para oferendas no budismo e no taoísmo, a agarwood também é altamente reverenciado nos textos seminais do hinduísmo.
A resina deu à madeira de ágar o codinome de “rainha do incenso” e foi intensamente comercializada no Oriente Médio e na Ásia, onde também é conhecida como oud. É especialmente cobiçada pelo uso em perfumes e incensos e pode ser destilada para criar óleo oud, ingrediente essencial em perfumes de luxo. No passado, ela era usada na medicina, considerada um ótimo analgésico. Nos dias de hoje, passou de uso medicinal para ser usada como incenso.
O cheiro pungente e terroso da madeira de ágar deu o nome a Hong Kong, que em cantonês (chinês yue) significa Porto Perfumado. Um lembrete de como esse antigo porto colonial de comércio, já ocupou o papel principal no comércio de incensos ao Oriente Médio.
A colheita requer habilidades e experiência. Pois, a porção aromática escura precisa ser separada da porção saudável, processo feito à mão.
Por serem tão caros e difíceis de obter, tanto as lascas de madeira quanto o óleo são comumente adulterados por muitos vendedores, que misturam as espécies de madeiras saudáveis e infectadas, o que diminui o preço, mas também reduz a qualidade da madeira de ágar.
A madeira de agar natural é rara, para sua produção são necessárias condições muito específicas. Isto, somado a exploração desenfreada da madeira de agarwood e comércio insustentável, resultou na inclusão de todas as espécies produtoras de agarwood na lista protegida CITES (a Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens).
Atualmente, as variedades de Aquilaria são classificadas como criticamente ameaçadas, pois sua população diminuiu drasticamente em 80% nos últimos 150 anos. De acordo com especialistas, somente 2% das árvores silvestres estão totalmente infectadas para produzir madeira de ágar naturalmente.
A coleta de madeira de ágar de florestas naturais é ilegal. Por isso, várias plantações para fins comerciais e para reintrodução foram estabelecidas, especialmente na Malásia, Sri Lanka e Vietnã. O que demonstra que o interesse de investidores em plantações ambientalmente sustentáveis de Aquilaria poderiam salvar a espécie da extinção. Ainda, com a conservação e substituições sintéticas, a crescente demanda por madeira de ágar não ameaça mais as populações de árvores.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais