Uma pesquisa publicada na revista Nature Sustainability comprovou que mais de 90% dos alimentos de origem aquática estão em risco resultante das mudanças climáticas. Entre as espécies possivelmente afetadas, estão mais de 540 espécies de água doce e mais de 2 mil espécies marinhas.
Cerca de 3,2 bilhões de pessoas dependem desses alimentos para a sua sobrevivência, o que reforça a importância de medidas contra a ascensão da crise climática.
Os especialistas por trás do estudo foram responsáveis pela análise de 17 estressores consequentes das mudanças climáticas, incluindo a elevação do nível do mar, escoamento de pesticidas e eutrofização, e como eles podem afetar a produção de frutos do mar. Assim, concluíram que os alimentos provenientes de ecossistemas marinhos são mais vulneráveis a estressores como mercúrio e acidificação dos oceanos, enquanto espécies de ecossistemas de água doce são mais propensos a se adaptarem às condições estabelecidas através das mudanças climáticas.
No entanto, eles ainda acreditam que todos os alimentos resultantes da aquicultura estão em risco.
Além disso, o time da Blood Food Assessment (BFA), responsável pela pesquisa, também identificou quais países estão mais vulneráveis aos estressores. De acordo com os resultados, países de extrema importância na produção de alimentos de origem aquática aparecem na lista, como os Estados Unidos, a China e a Noruega.
“Os estressores ambientais não se importam com as fronteiras nacionais. Estressores são movidos pelo ar, água, espécies e humanos, conectando terra ao mar e ecossistema a ecossistema”, disse Ben Halpern, co-autor e professor da UC Santa Barbara em comunicado.
Enquanto a produção alimentar dos Estados Unidos é mais afetada por estressores como a invasão de espécies, eutrofização, aquecimento dos oceanos e aumento do nível do mar, a aquicultura China é ameaçada pela eutrofização interior e eventos climáticos severos.
Em relação aos meios de produção, a pesca marinha é mais vulnerável a eventos climáticos. Por outro lado, a aquicultura é mais suscetível aos efeitos de doenças ou baixos níveis de oxigênio.
Entre as sugestões feitas pelos especialistas para reverter esses problemas estão a diversificação na produção de frutos do mar e o estabelecimento de políticas internacionais de uma produção sustentável com base nos conhecimentos indígenas.
“Embora tenhamos feito algum progresso com as mudanças climáticas, nossas estratégias de adaptação para sistemas de alimentos aquáticos que enfrentam mudanças ambientais ainda estão subdesenvolvidas e precisam de atenção urgente”, disse Rebecca Short, co-autora e pesquisadora do Centro de Resiliência de Estocolmo.
Fontes:
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