Imagem editada e redimensionada de Cannatraining, disponível no Wikimedia sob a licença CC BY-SA 3.0
A manteiga canábica é, essencialmente, uma manteiga com infusão de plantas da espécie Cannabis sativa, ou maconha. Ela é comumente utilizada na culinária de países onde o comércio e uso da planta é legalizado, e é consumida, na maior parte das vezes, em bolos, biscoitos e outros tipos de doce.
Nessas receitas, a manteiga canábica pode ser substituída por qualquer tipo de manteiga ou óleo. Sendo uma alternativa ao fumo da planta, ela oferece as mesmas propriedades que a maconha convencional.
No entanto, algumas manteigas canábicas podem se diferenciar pelo seu conteúdo. Seu preparo pode incluir ou excluir o THC (tetrahidrocanabinol), o componente psicoativo da Cannabis que é responsável por alterações do sistema nervoso do usuário.
Como já mencionado, o uso da manteiga canábica é praticamente exclusivo da culinária. Nela, pessoas substituem óleos e outros tipos de manteiga pela substância para adquirir seus efeitos no organismo. Portanto, ela é comumente usada como um componente recreativo.
A maconha medicinal, por outro lado, também pode ser utilizada para fazer a manteiga canábica. Nesses casos, os usuários fazem o mesmo processo para conseguir os possíveis efeitos benéficos da planta — como as propriedades anti-inflamatórias do canabidiol (CBD).
Diferentemente da maconha que é introduzida ao organismo via fumo, a ingestão da manteiga canábica faz com que os seus efeitos durem mais — de fato, acredita-se que os efeitos da manteiga durem até cinco vezes mais que aqueles da Cannabis convencional. Além disso, os efeitos psicoativos da planta demoram mais para se manifestar.
O ato de fumar maconha ajuda a transportar o THC e outros canabinoides ao sangue facilmente. Porém, a absorção desses componentes pelo consumo da manteiga é retardada, o que consequentemente diminui a velocidade da aparição desses efeitos.
Por outro lado, muitas pessoas acreditam que o consumo da manteiga canábica é relativamente “mais saudável” que o fumo. Em geral, quando é inspirada, a maconha passa pelos pulmões, onde é absorvida, podendo causar sintomas associados ao fumo, como a tosse, irritação pulmonar e outras condições mais sérias que comprometem a saúde do órgão. Algumas pesquisas, por exemplo, relacionam o consumo regular de Cannabis a várias formas de câncer.
Ao ser ingerida, o conteúdo de canabinoides da manteiga canábica é convertido em THC no fígado antes de passar para a corrente sanguínea. Quando a manteiga canábica possui THC, seus efeitos são os mesmos que o da maconha normal. Ou seja, ela pode proporcionar efeitos relaxantes, o que impulsiona o uso recreativo da substância.
O THC é responsável por afetar a parte do cérebro associada ao prazer, aumentando a liberação de dopamina e criando um efeito de euforia nos usuários. Entretanto, por afetar o cérebro, a substância também pode influenciar a saúde mental, possivelmente criando quadros de ansiedade, pânico e paranoia.
Outros possíveis efeitos colaterais da maconha incluem:
A overdose também é um risco do consumo de alimentos com manteiga canábica. As concentrações de THC no alimento podem variar e são difíceis de determinar. Isso, em conjunto com o tempo de efeito do ativo e a sua duração no organismo, contribuem para o aumento de riscos desse efeito.
A overdose de produtos que contém THC, no entanto, é diferente de overdoses resultantes de outras substâncias ilícitas. Enquanto o indivíduo pode não apresentar risco de morte, ele pode desenvolver sintomas perigosos, como:
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