Foto de Sonja Langford na Unsplash
O xarope de bordo, mais conhecido como maple syrup, é um adoçante natural com fama de ser mais saudável que o açúcar branco. Além de ser uma alternativa vegana ao mel de abelha. Mas será que ele é saudável mesmo? Confira:
O maple syrup é a seiva circulante das árvores de bordo, conhecidas como sugar maple trees ou apenas maple trees. Mais de 80% de produção vem da província de Quebec, no Canadá, sendo dividida em duas etapas:
O produto final pode ser usado para adoçar uma variedade de pratos como, por exemplo, panquecas e waffles.
Sendo do Quebec, o xarope de bordo é uma herança dos povos originários da área, que viviam ao sul da linha das árvores e principalmente ao sul do Círculo Polar Ártico, e que extraíam-no bem antes dos europeus chegarem no país.
Alguns historiadores acreditam que os nativos desta terra, em algum momento no passado, para evitar a fome, começaram a cortar a casca das árvores de bordo. Acredita-se que o câmbio, a parte comestível entre a madeira dura e a casca, tenha sido um alimento de sobrevivência.
Isso presumivelmente levou à coleta da seiva fina que os cortes fizeram fluir das árvores, que poderia ter sido usada para cozinhar caça, milho, feijão e assim por diante.
Depois disso, Jacques Cartier foi a primeira pessoa de terras estrangeiras a ver a árvore de bordo e sua seiva. Ele relatou que a árvore era chamada de “couton” na língua nativa. Então, ambos os europeus e as Primeiras Nações do Canadá compartilharam suas técnicas de preparo de alimentos entre si e, com o tempo, criaram novas formas de cozinhar misturadas.
Existem graus diferentes de maple syrup caracterizados pela cor, embora a classificação possa variar entre os países.
Nos EUA, o xarope de bordo é classificado como grau A ou B, onde o grau A é ainda categorizado em três grupos:
Enquanto o grau B é o xarope mais escuro.
O xarope mais escuro (rotulado como amber rich taste) é feito da seiva extraída da safra mais tardia. Esse tipo tem um sabor de bordo mais acentuado e é mais utilizado em assados. Enquanto o maple syrup mais suave é utilizado para acompanhar alimentos como panquecas.
Ao adquirir o produto, fique de olho no rótulo para ter certeza que é xarope de bordo de verdade, 100% puro. Isso pois pode ser outro produto semelhante carregado de açúcar branco ou xarope de milho.
O diferencial do xarope de bordo em relação ao açúcar branco é seu conteúdo de vitaminas e minerais.
Embora o maple syrup forneça uma quantidade razoável de alguns minerais, especialmente manganês e zinco, ele tem muito açúcar. Logo, seu consumo em excesso pode ser prejudicial.
O açúcar e outros alimentos refinados são as principais causas de alguns dos maiores problemas de saúde do mundo. Isso inclui obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardíacas. Em relação ao mel, o maple syrup possui menos calorias e menos açúcar – uma colher de chá de xarope contém 13,5 gramas de açúcar e 17 calorias enquanto o mel possui 17,3 gramas de açúcar e 21 calorias.
Cerca de dois terços (80ml de 100ml) do xarope de bordo é composto por sacarose, e o um terço restante fornece 60 gramas de açúcar.
Além dessas características do xarope de bordo, ele possui 24 diferentes tipos de antioxidantes, de acordo com estudo, sendo os tipos de grau mais escuro com maior quantidade de antioxidantes. Essas substâncias reduzem o dano oxidativo, que é responsável por causar doenças como o câncer.
Um estudo estimou que a substituição de açúcar refinado na dieta por adoçantes alternativos, como maple syrup, aumenta a ingestão total de antioxidantes, tanto quanto a ingestão de uma única porção de nozes.
Compostos ativos do xarope ajudam a reduzir o crescimento de células cancerígenas e podem retardar a decomposição de carboidratos no trato digestivo.
O problema é que a maioria dos estudos a respeito da substância são patrocinados por fabricantes do produto. Isso coloca em dúvida a credibilidade dos resultados. Por isso, consuma maple syrup com moderação, assim como se fosse um açúcar branco comum.
Há algumas evidências de que pessoas com alergias ao pólen de árvores podem ser suscetíveis a uma reação se a seiva crua do bordo for consumida. Mas os relatos são muito limitados.
Um relatório publicado em 1994, por exemplo, detalha um caso em que uma mulher acidentalmente consumiu alguns mililitros de seiva crua e, em 5 minutos, sentiu vermelhidão na pele, coceira e vergões vermelhos. Ela não tinha sintomas nasais, falta de ar ou chiado. A reação dura vários dias, e os autores do estudo observam que os anti-histamínicos foram úteis no tratamento dos sintomas.
A mulher sempre tolerou o xarope de bordo totalmente processado (fervido) no passado e continuou a fazê-lo após sua reação. A mulher testou positivo para alergias a pólen de árvores e avelãs.
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