Atividade agrícola pode contribuir para a compactação e degradação do solo
Um time de pesquisadores da Suécia e Suíça concluiu que o peso das máquinas agrícolas atuais é equivalente ao peso de saurópodes — a maior espécie de dinossauros que já existiu. A pesquisa publicada pelo Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) alega que o avanço tecnológico na agricultura é uma grande ameaça ao solo.
Embora a mecanização tenha contribuído positivamente para a eficácia de métodos agrícolas, otimizando plantações e colheitas, ela também pode ter um papel na compactação do solo.
A compactação do solo é um tipo de degradação do solo resultante da exposição ao peso de agentes da agricultura, como máquinas e até mesmo o gado. O solo possui uma resistência específica para o tanto de peso suportado até sua compactação. O aumento de máquinas agrícolas apenas contribui para a sua degradação, podendo resultar em uma perda irreparável do ecossistema.
Entre os efeitos da compactação do solo estão a diminuição do crescimento de vegetação e o aumento de risco de inundações — uma vez que os poros presentes no solo perdem seu poder de absorção da água.
Entre a década de 60 até agora, é estimado que as maquinarias da agropecuária tenham aumentado de tamanho em até 600%
Apesar do dano resultante das máquinas seja constante, especialistas acreditam que o seu uso contínuo pode afetar mais camadas do solo, fazendo com que o estresse do solo consiga penetrar níveis abaixo da superfície. O que, consequentemente, potencializa seus danos.
Assim como os dinossauros, as máquinas agrícolas conseguem afetar os primeiros 20 centímetros do solo, inviabilizando o crescimento das raízes das plantas, o que pode dificultar a absorção de água e nutrientes necessários para seu crescimento, além de criar condições desfavoráveis para a circulação de oxigênio.
De acordo com a pesquisa, cerca de 20% do solo terrestre pode estar em risco de perda de produtividade resultante da compactação do solo. Ao comparar esses dados com um relatório recente da ONU, que alega que 40% das terras do planeta já foram degradadas por ações humanas, é possível entender a gravidade da situação do solo terrestre.
Uma das soluções erguidas pelos especialistas da pesquisa é a diminuição das máquinas. Contudo, o veículo The Conversation, onde o estudo foi divulgado, sugere outra opção: a redução da necessidade de máquinas tão pesadas. O veículo propõe uma forma de agricultura menos agressiva e que preza pela qualidade do solo e, consequentemente, dos alimentos produzidos.