Por meio da democratização do acesso aos produtos ecológicos, a positiv.a quer aumentar a presença nos lares brasileiros e gerar R$ 3,5 milhões de renda para produtores locais
O estudo global Vida Saudável e Sustentável 2022, divulgado pelo Instituto Akatu, ONG que atua na mobilização da sociedade para o consumo consciente, em parceria com a consultoria global GlobeScan, revelou que os brasileiros estão entre os mais conscientes do mundo sobre seus efeitos no meio ambiente. Cerca de 84% quer reduzir o impacto pessoal sobre o planeta, 11 pontos acima da média global. Mas em 2016, quando a positiv.a, marca de produtos de limpeza e autocuidado ecológicos, foi criada, o mercado de sustentabilidade brasileiro ainda era incipiente.
Quando Alex Seibel e Marcella Zambardino se conheceram por um amigo em comum, os dois tinham a vontade de concretizar um projeto inspirador que fizesse a diferença no mundo e na vida das pessoas, por meio do cuidado com o meio ambiente. Alex vendeu uma empresa de cosméticos para uma ativista da causa ambiental que criou uma das mais promissoras marcas de produtos de beleza naturais, a The Body Shop. E Marcella iniciou o uso de produtos naturais aos 15 anos, quando percebeu as próprias unhas onduladas por alergia ao uso do lava louças tradicional. Juntos, se uniram com o propósito de incentivar trocas positivas, propondo o consumo de produtos de limpeza e autocuidado ecológicos, que cuidam da casa, do corpo e, ao mesmo tempo, da natureza.
“Um grande incômodo que me movimentou para criar a solução foi quando senti o cheiro de removedor sendo usado para limpar o escritório me deixou com fortes dores de cabeça e me fez refletir também sobre a saúde da profissional que usava os produtos todos os dias. Além de outro fator decisivo ter sido a percepção da quantidade de embalagens de produtos de limpeza que são descartadas mensalmente. Ao pesquisar o assunto, descobri que a indústria vende fórmulas iguais, mudando somente aspectos sensoriais para fazer o consumidor comprar um produto específico para cada função”, conta Marcella, Diretora de Impacto da positiv.a. A empresa é certificada pelo Sistema B, movimento global que certifica as empresas com os mais altos padrões de impacto social e ambiental.
Estudando o mercado brasileiro, os sócios perceberam que havia um gap nos produtos de limpeza ecológicos do país, enquanto nos Estados Unidos esse segmento já estava avançado. A ideia inicial da positiv.a era vender uma cesta de produtos de limpeza ecológicos com os itens realmente necessários para o dia a dia. Em 2017, com o avanço do negócio, decidiram captar um smart money, por meio de um empreendedor que ajudasse a estruturar a empresa e ganhar escala. Assim, chegou ao time Leandro Menezes, cofundador da Impulsum, venture capital que investe em empresas de impacto. A princípio, Leandro chegou para atuar na gestão financeira, mas aos poucos assumiu a cogestão e estruturou o modelo de negócio para o que é hoje, ocupando atualmente o cargo de CEO. A chegada de Leandro veio acompanhada de uma rodada semente feita pela Impulsum, de R$ 1,6 milhão, seguida de outra rodada de R$ 1,3 milhão.
Em 2018, a positiv.a foi a primeira marca a colocar no mercado embalagens feitas de plásticos retirados do oceano. Em seguida, a marca foi premiada Grandes Cases de Embalagem, com a linha Oceano Limpo, e eleita uma das 10 Startups mais conscientes pelo Movimento Capitalismo Consciente Brasil. De 2019 a 2020, a empresa dobrou o faturamento, deR$5MM para R$10MM. No período, também expandiram a atuação de limpeza para autocuidado, a pedido da comunidade de marca, que queria produtos de higiene pessoal. Atualmente, a empresa tem no portfólio produtos para lavanderia, cozinha, superfícies, banho, higiene bucal, desodorante e pele, com embalagens feitas de plásticos e papéis 100% reciclados.
Além do e-commerce com entrega para todos os estados do Brasil, a marca já está presente em mais de 300 pontos de vendas, entre eles as redes: St Marche, Mambo Pão de Açúcar, Drogarias São Paulo, Drogarias Pacheco Festval, Zona Sul, Malunga e Nutrimaster. Localizados em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. A expectativa é estar em 20% da casa dos brasileiros até 2030, com a democratização dos produtos ecológicos e linhas mais acessíveis, gerar 3,5 milhões de renda para produtores locais, transformar todo o portfólio em zero plástico e bioplástico, destinar 1 milhão de renda à defesa do oceano e poupar 1,5 milhões de litros de água até 2025, e conseguir escalar a economia circular com fórmulas e embalagens responsáveis. Dessa forma, impulsionar a transformação positiva das pessoas para elas mesmas, para os lares e, consequentemente, para o meio ambiente.