Maricultura é o nome dado à área que estuda as possibilidades de utilização do mar para o cultivo de organismos, especialmente para a comercialização. De modo geral, ela é vista como uma alternativa sustentável à pesca predatória, que ameaça espécies marítimas por todo o mundo. No entanto, a maricultura também apresenta impactos ambientais.
Segundo Fanly Fungyi Chow Ho, professora do Departamento de Botânica do Instituto de Biologia (IB) da Universidade de São Paulo e pesquisadora do Laboratório de Algas Marinhas da faculdade, “o Brasil tem um potencial muito grande para se tornar um ícone importante internacionalmente na maricultura”.
A pesca convencional, também chamada de pesca predatória, é prejudicial para a conservação e para a preservação dos ambientes aquáticos. Ela contribui para a liberação de materiais poluentes nas águas, como redes, baldes e iscas de plástico.
As redes também têm um papel significativo no desmatamento de corais e na morte de espécies capturadas por engano. Este dano ambiental é chamado de pesca fantasma, e, só no Brasil, mata milhares de espécies por ano sem alimentar ninguém. Entre os animais vítimas da pesca fantasma estão golfinhos, tartarugas, arraias e pinguins. Isso reduz a biodiversidade e prejudica o equilíbrio ecossistêmico dos oceanos.
Como dito anteriormente, maricultura é o nome dado ao cultivo de organismos marinhos em regiões costeiras e no mar aberto. Entre os organismos mais estimados para essa atividade, estão: salmão marinho, camarão-branco do Pacífico, espécies de ostras, vôngole ou amêijoa, algas marinhas kombu, algas euchematoides, wakame, nori e diversas espécies do gênero Gracilaria.
No entanto, a maricultura brasileira restringe-se a camarões, mexilhões, ostras, vieiras, peixes e macroalgas. Hoje, o cultivo de crustáceos e moluscos possui maior destaque, mas a criação de peixes e macroalgas tem ganho impulso na produção nacional. O principal cultivo marinho no País é o de camarão, feito no Rio Grande do Norte e no Ceará. Já Santa Catarina lidera a produção de ostras, vieiras e mexilhões. A algicultura, por sua vez, concentra-se no Nordeste, no Rio de Janeiro e em Santa Catarina.
De acordo com Chow Ho, além da alimentação, a maricultura contribui para as indústrias farmacêutica e de cosméticos; remedeia a má qualidade da água; possibilita a multiplicidade da atividade econômica e social de forma sustentável; beneficia comunidades tradicionais costeiras que frequentemente vivenciam limitações econômicas devido a atividades focadas no extrativismo; preserva os estoques naturais de recursos marinhos e não compete com áreas destinadas à agricultura e à pecuária.
Quando comparada à agricultura convencional, a maricultura exige menos gastos de implementação e manutenção. Em primeiro lugar, a atividade necessita de investimentos tecnológico, científico, financeiro e de capacitação para ser sustentável e eficiente. Após sua implantação, a produção segue uma tendência de progressiva produtividade.
Vale ressaltar que alguns aspectos devem ser levados em consideração antes de sua implementação, como escala de produção, diversificação de espécies, capacidade de carga do sistema, uso de antibióticos, químicos ou probióticos, utilização de ração e tratamento de resíduos. Dentre esses fatores destacam-se desafios importantes para a maricultura ser cada vez mais sustentável.
Mesmo assim, a maricultura apresenta impactos ambientais. Entre eles, estão:
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