Masturbação: o que é, mitos e possíveis benefícios

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A masturbação é o ato de estimular os órgãos genitais com o intuito de alcançar o prazer, que pode, ou não, resultar em um orgasmo. Apesar de ser uma prática comum, existem diversos tabus e mitos a respeito da masturbação, que tornam escasso o debate a respeito do hábito. 

De acordo com uma pesquisa, realizada nos Estados Unidos, pelo menos 74% dos adolescentes homens e 45% das mulheres entre 14 e 17 anos se masturbavam. Já entre os adultos, apenas 63% dos homens e 32% das mulheres admitiram buscar prazer sexual sozinhos.

Quais os benefícios da masturbação?

As pesquisas em torno dos benefícios e efeitos colaterais da masturbação são poucos, porém, aqueles que existem apontam para possíveis efeitos positivos para a saúde física, mental e sexual daqueles que se masturbam regularmente. 

Confira a seguir alguns benefícios atrelados a prática da masturbação:

  • Alivia o estresse;
  • Ajuda a dormir melhor;
  • Melhora o humor;
  • Previne ansiedade e depressão;
  • Ajuda a relaxar;
  • Oferece prazer;
  • Alivia cólica;
  • Aumenta a concentração;
  • Melhora a relação sexual;
  • Aumenta a autoestima;
  • Alivia a tensão sexual;

Uma pesquisa de 2015, com voluntárias casadas, apontou que mulheres que praticam masturbação experienciam mais orgasmos, têm melhor autoestima e desejo sexual quando comparadas com aquelas que não o fazem. 

Além disso, um estudo publicado em 2016, descobriu que a masturbação regular ajuda a reduzir o risco de câncer de próstata, devido ao aumento na frequência da ejaculação. Apesar de uma série de revisões apontarem essa ligação, não existem comprovações científicas que a ejaculação frequente ajude pessoas em estágios avançados de câncer de próstata. 

Masturbação durante a gravidez 

Devido a série de mudanças hormonais que ocorrem durante a gravidez, algumas gestantes sentem o aumento no desejo de obter prazer sexual. Especialistas afirmam que uma das formas mais seguras de conseguir esse alívio é praticando a masturbação, que pode reduzir os sintomas da gestação e melhorar dores nas costas.

Ao se masturbar a gestante podem experienciar falsas contrações, que vão embora um pouco depois do orgasmo. Caso essa sensação não passe mesmo depois, entre em contato com um profissional de saúde o mais rápido possível. Pessoas com gestações de risco devem evitar a masturbação pois o orgasmo aumenta o risco do trabalho de parto começar antes da hora.

Masturbação e disfunções sexuais 

Uma pesquisa, publicada em 2018 pela revista Sexual and Relationship Therapy, mostrou que o uso de um vibrador, e outros objetos que oferecem prazer sexual, podem ser benéficos para o tratamento de pessoas com disfunções ejaculatórias ou anorgasmia, a dificuldade de alcançar o orgasmo. 

De acordo com a análise, a masturbação pode estar associada com aumento do desejo e da função sexual em mulheres e homens. No entanto, é preciso ficar alerta, pois a falta de cuidado ao se masturbar, em pessoas com pênis, pode reduzir a sensação de prazer no órgão genital — fazendo com que seja mais difícil alcançar o clímax. 

Quais os mitos da masturbação?

Existem diversos mitos relacionados à masturbação, principalmente devido aos ensinamentos preconceituosos baseados em questões machistas, que podem fazer com que as pessoas se abstenham da prática por culpa ou medo. Segundo esses mitos o ato sexual pode causar:

  • Infertilidade
  • Desidratação
  • Desequilíbrio hormonal
  • Mudança no tamanho do pênis
  • Redução da produção de esperma
  • Perda de visão
  • Acne
  • Pelos nas palmas das mãos
  • Disfunção erétil
  • Baixa libido

Nenhum desses “impactos negativos da masturbação” possui comprovações científicas, e se baseiam apenas em conhecimentos populares. Algumas pessoas também acreditam que o ato de se masturbar pode apontar para uma insatisfação sexual entre parceiros. Porém, estudos já apontam que o que ocorre é o contrário, já que se avaliar sexualmente pode melhorar a vida sexual de um casal e oferecer melhor conhecimento sobre o próprio corpo.

A culpa e a masturbação

Algumas pessoas podem se sentir culpadas por se masturbarem graças a crenças religiosas ou culturais. Entretanto, é preciso ter em mente que a prática é natural, e faz parte da evolução animal. Afinal, estudos revelam que muitos animais, principalmente os primatas, utilizam da prática para aumentar a fertilidade, o desempenho sexual e reduzir as chances de infecções sexualmente transmissíveis. 

Se você se sentir culpado (a) por praticar masturbação, tente conversar com alguém de confiança sobre esse sentimento, pode ser um amigo ou até mesmo um terapeuta. Assim será possível entender melhor de onde vem o sentimento de culpa e como você pode superá-lo. 

É possível se viciar em masturbação?

O vício em masturbação não faz parte de nenhuma lista oficial de transtornos psicológicos, como o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5). Porém, em casos em que a pessoa pode ter sua vida afetada pelo número de vezes nas quais ela se masturba durante o dia, é preciso buscar ajuda profissional — geralmente de um psicólogo.

Se a quantidade de vezes que você se masturba tem afetado as suas responsabilidades, suas relações e a sua saúde mental, talvez seja a hora de reconsiderar a forma que você enxerga o ato sexual. Converse com um terapeuta especializado para saber como lidar com a situação antes de cortar de uma vez por todas o hábito.

Ana Nóbrega

Jornalista ambiental, praticante de liberdade alimentar e defensora da parentalidade positiva. Jovem paraense se aventurando na floresta de cimento de São Paulo.

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