Existe um número crescente de empresas que começaram a repensar sua forma de utilizar embalagens. Os modelos mais comuns atualmente, de plástico, demoram para se decompor, se acumulam nos oceanos e consomem petróleo em sua produção. Já existem diversos tipos de embalagens sustentáveis, feitas com papel reciclado ou plásticos biodegradáveis, e há também modelos inusitados, desenvolvidos com leite, cogumelos, batata e até eucalipto.
Usando uma mistura de batata, fibras naturais, papel e água, a Veuve Clicquot criou uma embalagem ecológica que é também isotérmica.
Em uma segunda versão criada para a campanha “Naturally Clicquot”, a Veuve Clicquot conseguiu usar um subproduto de sua própria produção para fazer embalagens. As cascas de uva foram combinadas com fibras naturais e água para criar caixas de vinho.
A Parkside Industries Corp desenvolveu uma espécie de filme plástico biodegradável à base de pasta de madeira extraída das árvores de eucalipto. O produto elaborado poderia melhorar as condições de armazenagem, já que evita umidade e o contato dos alimentos com o oxigênio.
Já foram criadas embalagens feitas a partir das raízes de cogumelos crescidas em folhas mortas, húmus e uma variedade de substâncias, o que permite obter materiais de diferentes texturas, flexibilidade e durabilidade. Além de biodegradável, o material pode ser comestível, dependendo do tratamento que receber, mas seu custo de produção é alto.
Pesquisadores da Universidade de Bath inventaram uma embalagem sustentável feira com uma mistura de dois ingredientes super comuns: açúcar e CO2. O material é compostável e poderia ser usado em implantes hospitalares.
O Wyss Institute for Biologically Inspired Engineering, em Harvard, extraiu chitosan, um polissacarídeo do camarão e das lagostas, para desenvolver a embalagem biodegradável chamada shrilk. A embalagem pode substituir caixas de ovos e embalagem de verduras. Entretanto, o material é caro e carrega os mesmos impasses de todas as embalagens comestíveis feitas a partir de animais: concorrência de recursos com alimentos e questionamentos sobre os direitos animais.
Pedras calcárias, junto com uma pequena quantidade de polietileno, estão sendo usadas para criar embalagens sustentáveis. Parecido com um papel, o material tem alto rendimento, já que é feito através de uma pedra, e ajuda a salvar muitas árvores.
As penas são geralmente deixadas para trás na indústria da avicultura. Ricas em queratinas, as penas dos animais abatidos podem ser usadas para fazer sacolas e embalagens resistentes.
Assim como as penas, a lã das ovelhas pode funcionar como um ótimo isolante térmico, melhor e mais ecológico do que o poliestireno (nome técnico do isopor). O material também não contém contaminantes e poderia ser usado para embalar produtos para bebês e crianças. O grande porém dessas embalagens é que são feitas com material animal e podem integrar uma indústria cruel de maus tratos animais.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) desenvolveu uma embalagem plástica biodegradável, feita a partir de uma proteína do leite capaz de proteger os alimentos da ação degradante do oxigênio. A embalagem pode ser usada em caixas de pizza, queijos ou até mesmo como pacote para sopa solúvel – e pode ser dissolvida junto com o alimento em água quente. Embora seja considerada comestível, essa embalagem também não é amigável aos animais.
A lignina é um dos componentes da madeira que sobra como resíduo da indústria de papel. O material pode ser misturado com pasta de madeira e outras fibras naturais para produzir uma espécie de plástico granulado, que pode ser moldado em vários formatos.
Folhas de palma podem ser usadas para fabricar tigelas, pratos e talheres descartáveis. Depois de processadas, as folhas de palma podem ser moldadas em diversos formatos e são resistente à água, ao micro-ondas e a altas temperaturas.
Diferente de alguns tipos de plástico – como os que possuem bisfenóis, por exemplo – as embalagens de fibra de coco não são nocivas ao organismo humano e por isso são ideais para embalar alimentos. São embalagens sustentáveis, pois não demandam muita tecnologia para serem desenvolvidas, e que podem voltar para a fábrica para serem recicladas. Elas também se biodegradam se colocadas no solo.
Apesar de serem opções interessantes, o uso de embalagens sustentáveis não é o ideal. O certo é reduzir ao máximo a sua produção de embalagens. Sempre que possível, pratique o consumo consciente e reduza a sua produção de resíduos. Mesmo se forem ecológicos e biodegradáveis, esses materiais podem escapar para a natureza e causar poluição enquanto não se biodegradam completamente.
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