Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Tóquio, liderada pelo professor Yuya Sakai, desenvolveu um biocimento a partir de restos de comida. O material pode ser usado para reduzir a pegada de carbono da indústria da construção civil e do setor de plásticos.
Inicialmente, a ideia era fazer um material a partir de restos alimentares para fabricar brinquedos e utensílios de cozinha, como talheres e louças. No entanto, os cientistas afirmam que o cimento resultante também pode ser usado para fazer blocos de construção se estes forem revestidos com verniz.
O biocimento é quatro vezes mais forte que o cimento usado em projetos de construção. Uma placa de 5 mm de espessura de biocimento feito a partir de repolho chinês pode suportar 30 kg de peso.
O método utilizado pela equipe de pesquisa é conhecido como “prensagem a quente”. Usando resíduos de alimentos secos e em pó, como cebola, repolho, abóbora, laranja e casca de banana, os cientistas desenvolveram o biocimento com resistência à compressão equivalente ao cimento Portland (o tipo de cimento mais utilizado ao redor do mundo como um dos componentes básicos de concretos, e argamassas), que tem uma elevada pegada de carbono.
Basicamente, o processo envolve apenas três etapas: secar os restos alimentares, triturar e pressionar em um molde quente. É possível obter várias cores, texturas e aromas de biocimento ajustando os métodos de secagem, pulverização e prensagem a quente.
O biocimento pode ser usado como uma alternativa com baixa pegada de carbono ao cimento comum do setor de construção, sendo um aliado na luta contra as mudanças climáticas. O produto é resistente a fungos, e insetos, além de ser biodegradável. Se amplamente implementado, pode potencialmente diminuir nossa dependência do cimento convencional, que responde por cerca de 8% das emissões mundiais de dióxido de carbono.
Além disso, o desperdício de alimentos é uma fonte significativa de emissões de gases de efeito estufa – são geradas emissões de gases-estufa desde a produção e transporte dos alimentos até emissões de metano geradas à medida que os resíduos alimentares apodrecem em aterros sanitários e lixões.
O biocimento também é comestível se for cozido. E os pesquisadores, que o provaram, afirmam que ele ficou saboroso com especiarias. Além disso, seu sabor e aparência quase não mudaram depois de quatro meses.
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