Na última semana, um extenso abate de porcos foi realizado na Itália em uma tentativa urgente de conter o pior surto do vírus da gripe suína no país desde os anos 1960, colocando em risco todo o setor de suinocultura.
O vírus, letal para os suínos, representa uma grave ameaça para a indústria suína global, conforme alertado pela Organização Mundial de Saúde Animal (WOAH). Embora não represente perigo para os seres humanos, a resistência ambiental do vírus e sua capacidade de sobrevivência em diversos materiais e produtos suínos tornam essenciais medidas rigorosas para evitar sua propagação.
A Lombardia, conhecida como o cinturão suíno italiano e uma das principais áreas produtoras de suínos na Europa, enfrentou o maior surto causado pelo genótipo II do vírus da gripe suína. O especialista Francesco Feliziani, líder do laboratório nacional de referência de Itália para a peste suína, relatou ao jornal The Guardian que, embora o surto tenha sido rapidamente controlado, representou uma ameaça significativa ao setor suinícola.
Devido à ausência de uma vacina, na visão do agronegócio, os abates se tornam uma medida necessária para conter a doença. O desafio persistente, conforme destacado por Feliziani, é a presença do vírus nas populações de javalis, que atuam como reservatório para o vírus.
Na Europa, a ameaça da gripe suína é intensa, alerta Feliziani, com a pressão do vírus elevada, tornando inevitável que a doença atinja outros rebanhos domésticos. Ele ressalta que a perturbação causada pela gripe suína se estende globalmente e destaca a vulnerabilidade dos modelos tradicionais de criação de gado não intensivos.
Para enfrentar os surtos na China, estão sendo construídas explorações suinícolas de vários andares, consideradas mais seguras em termos de controle da doença em comparação com os rebanhos tradicionais. Imagens impactantes dos abates na Lombardia, documentadas pela ONG We Animals Media em colaboração com a ONG Essere Animali, revelam uma adaptação de uma fazenda infectada como matadouro móvel, operando incessantemente por mais de uma semana.
Embora a gripe suína represente uma ameaça à diversidade de javalis na Ásia, a situação é diferente na Itália, onde a presença de javalis nativos é significativa. No entanto, a propagação da doença pelos javalis é lenta, mas persistente, e os humanos desempenham um papel crucial na disseminação.
Especialistas da Federação de Veterinários da Europa alertam que, desde 2017, mais de 2,3 milhões de porcos foram mortos devido à gripe suína na Europa.
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