Metilglioxal é substância presente no mel de Manuka e que tem função bactericida
O mel de Manuka é originário da flor de Manuka, encontrada na Nova Zelândia e na Austrália. Todos os tipos de mel são benéficos para a saúde humana por conterem peróxido de hidrogênio, mas o mel de Manuka contém um ativo especial. A atividade antibacteriana do mel de Manuka é conhecida há muito tempo como Fator Original Manuka (UMF na sigla em inglês), que é uma maneira de medir a sua capacidade de matar bactérias e vírus. Pesquisas científicas provaram que o responsável por isso é o ativo metilglioxal (MGO). Ele é um componente que surge no organismo de plantas, animais e seres humanos a partir da presença de glicose e é produzido para garantir a saúde das células.
O Professor Dr. Thomas Henle, da Universidade de Dresden, na Alemanha, disse, em 2008, que “pesquisas demonstram, sem qualquer sinal de ambiguidade, que o metilglioxal é diretamente responsável pela atividade antibacteriana do mel de Manuka“.
Amostras de 60 tipos de mel Manuka foram testadas pelo Prof. Henle e sua equipe. As concentrações de metilglioxal nesse tipo de mel variam de 189 a 835 mg/kg de mel. O valor mínimo para atividade bactericida é de 100 mg/kg – concentração simbólica presente também no chocolate e café. Quando possui quantidades acima de 400 mg, é comprovadamente um poderoso agente contra bactérias e vírus imunes a antibióticos clássicos.
Moléculas dessas substâncias demonstraram alta atividade contra bactérias do tipo estreptococo. Esse tipo e os estafilococos vivem em nossa pele e nariz sem causarem qualquer tipo de problema, o único porém ocorre quando o sistema imunológico se encontra debilitado, momento em que elas podem causar infecções na pele e, em indivíduos de imunidade realmente comprometida, podem ser letais. A Staphylococcus aureus é uma bactéria desse tipo, resistente a vários antibióticos como a meticilina, sendo considerada um superpatogênico. Pessoas que tomam antibióticos com muita frequência e de maneira errada são suscetíveis a esse tipo de mal.
Moléculas de metilglioxal demonstraram eficácia contra bactérias do tipo estreptococos, como H. pylori (causadora de úlceras intestinais), E. coli e outras resistentes a remédios. Estudos demonstraram que um pré-tratamento com a substância preveniu danos gástricos em ratos que foram administrados com agentes cáusticos que molestam as mucosas do estômago, causando as chamadas úlceras pépticas – feridas no revestimento interno do esôfago, estômago e no duodeno.
O metilglioxal é um composto formado naturalmente no néctar da flor de Manuka, que é coletado pelas abelhas, sendo transferido para o mel, ficando estável, resistente à luz e ao calor, e às atividades enzimáticas e fluídos corporais, como nossa saliva e suco gástrico.
Todo mel possui alguma qualidade bactericida, graças à formação de peróxido de hidrogênio; no entanto, rapidamente se dissolve ao entrar em contato com o organismo humano, o que não ocorre com o metilglioxal.
Na tabela a seguir, podemos ver a relação dos níveis de metilglioxal e seus benefícios:
Metilglioxal | Benefícios do mel de manuka | Ativo |
---|---|---|
30+> | Níveis não relevantes de atividade | 5+> |
100+ | Algum nível de atividade, utilizado para o bem-estar geral | 10+ |
250+ | Atividade bactericida útil para prevenção de doenças e bem-estar | 15+ |
400+ | Metilglioxal ativo usado em moléstias digestivas | 20+ |
550+ | Atividade superior do metilglioxal usada para aplicação tópica | 25+ |
Ele é útil como pomada antibacteriana e antisséptica sobre cortes, dermatites, queimaduras e picadas de insetos. Esta é sua utilização tópica. Ao ser administrado via oral, as propriedades probióticas naturais se manifestam, seus carboidratos atuam nos intestinos grosso e delgado, estimulando a proliferação de bactérias saudáveis que limpam toxinas, evitando doenças como colite ulcerativa, síndrome do intestino irritável, doença de Crohn e, em última instância, o câncer.
Ingerir o mel de manuka diariamente é uma medida excelente. O pólen da flor Manuka também é muito rico em vitaminas e minerais essenciais à saúde e pode ser consumido logo pela manhã.
O raquitismo é uma doença provocada pela falta de vitamina D no organismo, o que compromete a absorção de cálcio e o desenvolvimento do organismo durante a infância fica prejudicado: o mel pode fornecer nutrientes para combater isso. Auxilia também em cicatrizações e, até mesmo, em dores de garganta.
Cava-cava
O povo Maori, nativo da Nova Zelândia, valoriza muito seus recursos naturais preciosos; ao contrário de seu país vizinho, a Austrália, eles têm florestas exuberantes sem tantos animais peçonhentos e perigosos. E por lá, outro recurso natural muito benéfico e fácil de ser encontrado é a folha kava, ou cava-cava (Piper methysticum).
Os povos nativos utilizavam uma bebida feita a partir dela, que hoje pode ser encontrada em cápsulas. É um bom ansiolítico (diminuidor de ansiedade) com efeitos benéficos desde as primeiras administrações. Fornece alívio para um amplo espectro de tensões, desde insônia causada por episódios isolados de estresse até o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), que é um estado nervoso crônico. A parte utilizada da planta é o rizoma ou as raízes desidratadas. Graças a estudos como os realizados na Universidade de Melbourne, ficou comprovada sua eficiência tal qual a de remédios benzodiazepínicos (a maioria dos encontrados no mercado), pois seu composto ativo é o ácido benzoico. A vantagem é que ela não apresenta os efeitos colaterais típicos ou risco de dependência. Os únicos problemas com relação a ela se referem à hiperdosagem.
Assim como o mel de Manuka, a folha de cava-cava é um bom cicatrizante e pode ser usada diretamente sobre ferimentos.
Em resumo, o mel de Manuka age sobre as bactérias responsáveis pelas dores de garganta e amigdalite; suas propriedades neutralizam radicais livres, os responsáveis pelo envelhecimento das células. As qualidades anti-inflamatórias são eficientes desde sua ação contra dores nos olhos, nariz e ouvidos, até queimaduras de sol, micose e acne. Vale lembrar que é sempre recomendável consultar um médico e questioná-lo sobre o uso do produto.