Melanina é o pigmento responsável pela cor da pele, olhos e cabelo, e está relacionada a condições como albinismo e vitiligo
Melanina é uma substância do corpo humano que cria pigmento para a coloração de regiões como pele, cabelo e olho. A melanina também é encontrada em outros animais na natureza, mas para os humanos ela tem papel essencial na proteção de sua pele. As cores do corpo humano são definidas de acordo com a quantidade de melanina presente em suas células.
Estrutura da melanina
A substância da melanina é produzida a partir de grandes células chamadas de melanócitos. Elas são encontradas por todo o corpo e são responsáveis por produzir organelas que levam o nome de melanossomas.
O melanossoma é o lugar onde acontece a síntese de dois tipos diferentes de melanina, que então, são distribuídos para diferentes tipos de células da pele. Os tipos existentes de melanina são:
Eumelanina: é a melanina que produz a cor escura de cabelos, olhos e pele. Existem dois tipos de eumelaninas: a preta e a marrom. Cabelos castanhos são resultado da mistura de eumelanina preta e marrom no melanossoma. Quando uma pessoa tem cabelo loiro ou olhos claros, significa que a quantidade de eumelanina marrom é baixa e não existe eumelanina preta nos melanócitos.
Feomelanina: essa melanina é a responsável por colorir partes rosadas do corpo, como os lábios e os mamilos. Uma pessoa de cabelo ruivo tem essas características por ter a mesma quantidade de feomelanina e eumelanina marrom.
Neuromelanina: diferente das outras melaninas, essa não tem relação nenhuma com a cor de características externas. A neuromelanina controla as cores dos neurônios e está presente no cérebro. A perda deste tipo de melanina está ligada a doenças como a doença de Parkinson.
Influência nos níveis de melanina
Os humanos possuem a mesma quantidade de melanócitos em seu corpo, o que difere as suas cores são os níveis de melanina que eles carregam. Esses níveis são primariamente decididos pela genética, ou seja, levam em conta a presença de certos tipos de melanina na família. No entanto, existem outros fatores que podem influenciar uma mudança na quantidade de melanina:
- Exposição a raios ultravioleta;
- Inflamações;
- Hormônios;
- Idade;
- Transtornos relacionados ao pigmento da pele.
Funções e benefícios da melanina
Além do papel de dar cor a partes importantes do corpo, a melanina tem outras funções que permitem a segurança do organismo humano e animal.
Proteção contra raios UV
A melanina é um agente absorvente de raios e luzes ultravioleta, sendo capaz de proteger a pele dos efeitos nocivos deste contato. Além disso, ela consegue oferecer proteção a raios ultravioleta B e luz azul. O tipo de melanina que fica responsável por isso é a eumelanina.
Como a feomelanina não tem essa capacidade de proteção, pessoas de pele clara, cabelos vermelhos, ou loiros são mais propensos a sofrerem danos da luz solar. O bronzeado que aparece como resultado do contato com a luz do Sol é um exemplo de dano, a melanina ajuda a impedir que aconteçam casos mais graves como queimaduras.
Por isso, o uso de produtos como protetor solar e tecidos é recomendado para impedir resultados nocivos deste contato. Afinal, mesmo que a melanina ofereça proteção, algumas pessoas ainda não contam com a quantidade o suficiente e acabam sofrendo piores consequências.
Proteção contra espécies reativas do oxigênio
As espécies reativas do oxigênio (ERO) são moléculas instáveis e extremamente reativas, que são capazes de transformar outras moléculas com as quais colidem. Segundo pesquisa realizada em 2012, quando existe acúmulo de ERO nas células, elas acabam causando danos celulares e estresse.
Resultados comuns do acúmulo de ERO são o envelhecimento precoce, o câncer e a diabetes. Como resposta a essa situação, a melanina protege as células captando as espécies reativas do oxigênio, formadas quando o contato com a luz ultravioleta estimula o estresse oxidativo na pele.
Alguns benefícios da melanina
Estudos realizados em animais já mostraram que a melanina pode ter benefícios para a saúde. Um deles, realizado em 2016, mostrou que melanina de erva pode ser utilizada para prevenir a formação de úlceras no estômago.
Outro estudo recente também revelou que a melanina contribui para a redução de inflamações no corpo. Prevenindo problemas de lado e tendo papel importante relacionado ao sistema imunológico.
Condições ligadas à melanina
Albinismo
Esse é um transtorno raro onde o corpo produz bem pouca melanina. Pessoas com albinismo têm cabelos brancos, olhos claros e pele pálida. Esses indivíduos também podem apresentar problemas de visão. Por terem peles sensíveis, devem sempre utilizar protetor solar para evitar o dano causado pela luz do sol.
Melasmo
Alguém que desenvolve melasma tem manchas marrom espalhadas por seu rosto. Segundo especialistas da área, essa condição pode ser causada por hormônios, anticoncepcionais e alta exposição à luz solar. Cremes prescritivos e o uso de protetor solar podem ajudar a diminuir e impedir uma piora no quadro. Também é possível o uso de tratamento a laser para retirada das manchas.
Vitiligo
Quando uma pessoa perde melanócitos, ela apresenta manchas brancas e macias em sua pele. Não existe cura para o vitiligo, e as manchas podem se espalhar por todo o corpo. No entanto, existem tratamentos que incluem coloração da pele, terapia com luz UV, medicamentos sensíveis à luz, cremes corticoides e cirurgia.
Perda de pigmento depois de dano na pele
Em certas situações, quando ocorre alguma lesão na pele, ela pode não conseguir mais substituir a melanina que estava presente no local. Isso pode acontecer com queimaduras, cicatrizes e infecções. Não é necessário tratamento para essa condição, mas a mancha poderá ser escondida com maquiagem se a pessoa achar necessário.
Doença de parkinson
A doença de Parkinson se desenvolve pois a quantidade de neuromelanina diminui, em decorrência da morte de células em uma área do cérebro chamada substância negra. Normalmente, a quantidade de neuromelanina no cérebro aumenta conforme a pessoa envelhece.
Usos científicos de melanina
Estudiosos estão em busca de descobrir a melhor forma de usar a melanina em tecnologias relacionadas a engenharia de tecidos e genética. Pesquisadores de todos os lugares do mundo, incluindo Brasil, têm testado as mais diversas formas de aplicar o pigmento em músculos artificiais, terapia fototérmica, fármacos, baterias memórias e fotocatálise.