O chá de melissa melhora a digestão, controla sintomas de ansiedade e combate a insônia, entre outros benefícios
A melissa (Melissa officinalis), também conhecida como erva-cidreira, é uma planta arbustiva da família Lamiaceae. Originária do Mediterrâneo e da Ásia, é uma das plantas mais cultivadas e utilizadas para fins medicinais desde o século 14. Quando as freiras carmelitas a utilizavam na preparação de um tônico alcoólico popularmente conhecido como água carmelita.
A planta melissa pode atingir de 20 a 80 centímetros de altura. Os caules, ramificados a partir da base, formam touceiras. As folhas são verde-escuras na parte superior e verde-claras na parte inferior.
Quando surgem, as flores apresentam coloração branca ou amarelada, mas podem adquirir uma tonalidade rosada com o passar do tempo.
Todas as partes da planta exalam um odor semelhante ao do limão. Por isso, a melissa costuma ser confundida com outro vegetal de aroma semelhante, o capim-limão.
Geralmente consumidas na forma de chá, as folhas da melissa são excelentes para tratar alterações digestivas e ansiedade. Elas também podem agir como um sedativo natural.
Além do chá, a melissa também pode ser consumida como suplemento ou extrato, ou aplicado na pele em bálsamos e loções.
O óleo essencial também é popular na aromaterapia, como tratamento natural para combater o estresse, a depressão, a dor de cabeça nervosa e a insônia.
Benefícios da melissa para a saúde
Conhecida por aliviar o estresse e a ansiedade, a melissa contém um composto conhecido como ácido rosmarínico que parece ter potentes propriedades antioxidantes e antimicrobianas.
Por isso, ela também pode ser usada para tratar uma ampla gama de condições médicas, incluindo insônia, herpes labial, colesterol alto, herpes genital, azia e indigestão. Confira.
Alivia a ansiedade
A erva-cidreira pode ser usada para ajudar a reduzir a ansiedade, de acordo com um estudo publicado na revista Nutrients.
O ácido rosmarínico aumenta a disponibilidade de neurotransmissores no cérebro conhecidos como ácido gama-aminobutírico (GABA), que, em baixos níveis, está associado à ansiedade e a outros transtornos do humor.
Outro estudo, realizado em 2004, mostrou que o consumo de melissa pode amenizar os efeitos negativos causados pelo estresse psicológico.
Os participantes que passaram a tomar chá da planta relataram um aumento da sensação de calma e redução da sensação de alerta.
Combate a insônia
A mesma influência do ácido rosmarínico na ansiedade melhora a qualidade do sono em pessoas com insônia, segundo um estudo.
De acordo com os pesquisadores, a melissa, em combinação com raiz de valeriana, melhorou significativamente a qualidade do sono em 100 mulheres na menopausa, quando comparado a um placebo.
Insônia e apneia do sono, geralmente acompanhadas de depressão e ansiedade, são características comuns da menopausa.
Acredita-se que a combinação de ervas ajuda no sono, agindo diretamente nos receptores GABA no cérebro, proporcionando um leve efeito sedativo enquanto estimula a produção de serotonina, um dos “hormônios da felicidade”.
Trata a herpes
O ácido rosmarínico tem propriedades antivirais potentes que podem ajudar no tratamento de certas infecções virais. A maioria das evidências atuais está limitada a estudos em tubos de ensaio, nos quais o ácido rosmarínico parece inibir uma ampla gama de vírus comuns, incluindo aqueles associados ao resfriado comum, como coronavírus, rinovírus e o vírus da hepatite B.
Destes, o ácido rosmarínico parece ser mais eficaz na inibição do vírus herpes simplex tipo 1 (HSV-1). Ele é associado ao herpes labial e alguns casos de herpes genital.
Em estudo, o extrato de erva-cidreira impediu que 80 a 96% das cepas de HSV-1 resistentes aos medicamentos infectassem as células hospedeiras.
Combate problemas gastrointestinais
Há evidências crescentes de que a erva-cidreira pode ajudar a tratar os sintomas de dispepsia (dor de estômago). Mas também a síndrome do intestino irritável (SII) e refluxo ácido. Além do ácido rosmarínico:
- A erva-cidreira contém citral;
- Citronelol, linalol;
- Geraniol;
- Beta-cariofileno;
Cada um dos quais com propriedades espasmolíticas (antiespasmo) e carminativas (antigases).
Uma revisão de estudos realizada em 2013 na Alemanha mostrou que o Iberogast, um remédio de venda livre que contém melissa e oito outras ervas terapêuticas, foi consistentemente mais eficaz no tratamento da dispepsia e da SII do que um placebo.
Por essas propriedades, a melissa também é eficaz no alívio de enjoo, náusea, inchaço, cólicas e indigestão.
Pode amenizar sintomas de Alzheimer
Estudos preliminares sugeriram que o citral no extrato de melissa pode inibir a colinesterase. Ela é uma enzima direcionada pelos medicamentos Aricept (donepezil), Exelon (rivastigmina) e Razadyne (galantamina) usados para tratar a doença de Alzheimer.
Um estudo anterior já havia relatado que um tratamento de quatro meses com extrato de melissa foi moderadamente mais eficaz. Isso quando comparado com um placebo na melhoria da cognição e demência em pessoas com Alzheimer leve a moderado.
Melhora a função cognitiva
Um estudo analisou os efeitos da melissa na melhoria da função cognitiva. Os participantes foram convidados a realizar tarefas cognitivas envolvendo memória, matemática e concentração.
A pesquisa sugere que os participantes que ingeriram algum produto à base da planta tiveram desempenho melhor do que quem não o fez.
Embora esses participantes tenham experimentado um aumento nos níveis de alerta e desempenho, ainda é possível que a fadiga surja com o tempo.
A combinação de melissa com alimentos também afeta sua taxa de absorção, o que pode ter impactado sua eficácia. Por isso, são necessárias mais pesquisas.
Faz bem para digestão
A melissa também tem um efeito positivo na digestão. Um estudo de 2010 avaliou os efeitos de uma sobremesa fria contendo melissa na dispepsia funcional (nome dado a um quadro de dor ou desconforto estomacal crônico).
Embora ambos os tipos de sobremesas diminuíssem os sintomas e sua intensidade, a sobremesa contendo melissa intensificou esse efeito de diminuição.
Minimiza cólicas menstruais
Há também pesquisas que sugerem que a melissa pode ser usada para aliviar cólicas menstruais e a síndrome pré-menstrual (TPM).
Um estudo de 2015 pesquisou o efeito da erva na redução da intensidade das cólicas em cem meninas do ensino médio. Elas tomaram uma essência de melissa ou um placebo por três ciclos menstruais consecutivos.
A intensidade dos sintomas de TPM foi analisada antes e durante três meses após o tratamento. O grupo que tomou a melissa relatou uma redução significativa dos sintomas.
Alivia dor de cabeça
A melissa também pode ser útil no tratamento de dores de cabeça, especialmente quando elas ocorrerem como resultado do estresse. Suas propriedades calmantes podem ajudar a liberar a tensão e relaxar os músculos.
É rica em antioxidantes
De acordo com uma revisão de estudos, a melissa atua como antioxidante e é eficaz no combate ao estresse oxidativo.
Por isso, os pesquisadores sugerem que a planta pode ajudar com condições relacionadas ao estresse oxidativo, como:
- Diabetes
- Doenças neurodegenerativas crônicas (Parkinson e Alzheimer, por exemplo)
- Doenças cardiovasculares.
Reduz a inflamação
Existem algumas evidências de que a melissa pode ajudar a combater a inflamação. Os autores de um estudo de 2013 apoiam o uso de erva-cidreira no tratamento da dor e inflamação após uma lesão.
Embora tenha combatido o inchaço e a dor, os autores não puderam tirar conclusões sobre o mecanismo anti-inflamatório exato da planta.
Além disso, esses resultados vêm de um estudo com animais, e, portanto, mais pesquisas em humanos são necessárias.
Possíveis efeitos colaterais
A melissa é considerada segura para uso em curto prazo. Os efeitos colaterais podem incluir:
- Dor de cabeça
- Náusea
- Distensão abdominal
- Gases
- Vômitos
- Indigestão
- Tontura
- Dor de estômago
- Dor ao urinar
- Ansiedade
- Agitação
O risco de efeitos colaterais tende a aumentar com o excesso de dosagem.
O uso em longo prazo ou uso excessivo de melissa não é recomendado. Doses altas podem afetar potencialmente a função da tireoide, diminuindo a produção dos hormônios da tireoide. Parar o tratamento repentinamente após um uso prolongado pode causar ansiedade de rebote.
De modo geral, você deve usar extratos ou suplementos de melissa por não mais do que quatro a seis semanas.
Algumas pessoas podem desenvolver uma forma de alergia conhecida como dermatite de contato ao usar uma preparação tópica de melissa.
Para ser seguro, aplique um pouco no antebraço e espere 24 horas para ver se alguma vermelhidão, erupção ou irritação ocorre. As reações alérgicas graves são raras.
A melissa também pode retardar a coagulação do sangue. Se você tiver uma cirurgia marcada, pare de usar a planta por pelo menos duas semanas antes do procedimento, para evitar sangramento excessivo.
Interações medicamentosas
A melissa pode causar sedação, especialmente se combinada com álcool, soníferos de venda livre ou sedativos prescritos como:
- Klonopin (clonazepam)
- Ativan (lorazepam)
- Donnatol (fenobarbital)
- Ambien (zolpidem)
Além disso, pode interagir com outros medicamentos, como:
- Medicamentos para tireoide, como Synthroid (levotiroxina);
- Anticoagulantes como Coumadin (varfarina) ou Plavix (clopidogrel);
- Medicamentos para glaucoma como Travatan (travoprosta);
- Drogas quimioterápicas como tamoxifeno e camptosar (irinotecano).
Em caso de dúvida, busque orientação médica.
Como fazer chá de melissa
Recomenda-se que você utilize apenas as folhas da planta para fazer o chá. Isso porque são elas que contêm as propriedades benéficas para a saúde. Para prepará-lo, utilize as seguintes medidas:
- 3 colheres (de sopa) de folhas de melissa;
- 1 xícara de água.
Adicione as folhas de melissa à água fervente e deixe-as em infusão por cerca de cinco minutos. Em seguida, coe e beba de três a quatro xícaras de chá por dia.
Vale ressaltar que os possíveis efeitos colaterais da melissa incluem diminuição da frequência cardíaca, sonolência e queda de pressão. No entanto, não foram descritas contraindicações do chá de melissa até o momento.