A memorização é um processo mental usado para armazenar itens na memória para recordá-los posteriormente. Existem diversos processos que levam um indivíduo a memorizar algo, como a repetição, a escrita e a fala. E, embora seja amplamente debatido como um método acadêmico, a técnica pode ser usada para memorizar coisas mais banais, como nomes, endereços ou listas do supermercado.
Devido ao seu uso dentro do contexto acadêmico, ao longo do tempo, inúmeros debates foram focados na memorização como uma técnica de aprendizagem. No entanto, existem opiniões conflitantes sobre a sua eficácia dentro da educação.
De fato, o ato de memorizar assuntos escolares é comumente visto como um método falho na educação. Para muitas pessoas, a memorização é apenas um truque, e que não produz resultados em longo prazo. Porém, por outro lado, alguns especialistas acreditam que ela é essencial no processo de aprendizagem.
A memória é armazenada em neurônios chamados de células de engrama. Quando novas informações são recebidas pelo cérebro, elas são armazenadas e diferenciadas nas memórias de curto prazo e memórias de longo prazo.
O primeiro armazenamento das lembranças ocorre na memória de curto prazo e, se necessário, depois são armazenadas na memória de longo prazo durante o sono.
Acredita-se que cerca de 56% das informações são esquecidas após uma hora, 66% depois de um dia e 75% depois de seis dias. Assim, o indivíduo consegue acessá-las por um processo chamado de “recuperação da memória”.
O ato de memorizar uma matéria da escola é comum para muitos estudantes. Contudo, muitos acadêmicos concluem que a memorização não é tão distante da cópia, e que em si, o método não resulta no desenvolvimento de habilidades de pensamento crítico — algo essencial na educação.
A ex-reitora das escolas da cidade de Nova Iorque, Carmen Fariña, por exemplo, resumiu a visão de muitos quando declarou que os fatos são aprendidos “talvez para fazer provas, mas aprendemos a pensar para progredir na vida”.
A partir dessa perspectiva, muitos professores foram treinados a acreditar que é melhor ir direto para “habilidades de ordem superior”, como analisar e sintetizar – em vez de perder tempo com habilidades supostamente de “ordem inferior”, como conhecer e compreender informações.
Entretanto, algumas pesquisas científicas concluíram que a memorização pode ser um dos passos mais importantes dentro do entendimento de um assunto. De fato, quanto mais conhecimento factual as pessoas tiverem sobre um tópico, melhor poderão pensar sobre ele de forma crítica e analítica.
Um estudo de 1964, por exemplo, mostrou que a razão pela qual os jogadores de xadrez experientes escolhem movimentos melhores do que os jogadores mais fracos não é que eles sejam melhores no pensamento analítico em geral. Em vez disso, eles usam o conhecimento das posições típicas do xadrez — que foram aprendidas através da memorização.
Além disso, uma pesquisa de 1988 demonstrou que leitores supostamente “ruins” superam os “bons” leitores na compreensão de uma passagem quando os leitores “pobres” têm maior conhecimento do assunto.
A teoria do processo duplo solidifica a memorização como uma parte essencial do aprendizado. Ela refere-se à ideia de que alguns comportamentos e processos cognitivos são produtos de dois processos cognitivos distintos, chamados de Sistema 1 e Sistema 2.
No contexto educacional, o Sistema 1 está associado à memorização e recordação de informações, enquanto o Sistema 2 descreve um pensamento mais analítico ou crítico. As atividades em um local de estudo que se baseiam fortemente no Sistema 1 incluem fórmulas matemáticas e questões de exames de múltipla escolha.
O Sistema 2 torna-se necessário quando os alunos são apresentados a atividades e tarefas que exigem um pensamento crítico. E, embora muitas vezes seja concluído que ele seja o passo mais importante no aprendizado, a teoria do processo duplo afirma que ambos são necessários para a concretização de um novo conhecimento.
“Pode ser tentador pensar que a aprendizagem para além do nível da escola primária está sempre relacionada com o Sistema 2. No entanto, é importante ter em mente que o pensamento bem-sucedido do Sistema 2 depende muito do pensamento do Sistema 1 para funcionar. Em outras palavras, o pensamento crítico requer muito conhecimento memorizado e julgamentos intuitivos e automáticos para ser executado com rapidez e precisão.” (1)
A partir da compreensão que a memorização é essencial no aprendizado, utilizá-la em uma rotina de estudos, por exemplo, é uma maneira eficaz de aprender novos conteúdos. Confira algumas dicas e truques que podem ajudar na memorização:
As técnicas visuais e espaciais são truques de memória que envolvem os cinco sentidos. Eles utilizam imagens, músicas, sentimentos e nossos corpos para ajudar a fixar as informações.
Um exemplo de associação visual na memorização é usar os dedos para lembrar o número de dias de cada mês.
A memória, juntamente com a atenção são partes das habilidades cognitivas de um ser humano que ocorrem em redes neuronais. Por exemplo, habilidades de memória dependem principalmente de partes dos lobos temporais e partes dos lobos frontais. Portanto, podem ser afetadas por fatores externos, como o processo de envelhecimento.
Ao longo do tempo, as habilidades cognitivas podem entrar em declínio, como o resto de outras funções corporais. Contudo, é possível desenvolvê-las e fortalecê-las através de exercícios e desafios ao cérebro, que mantêm o órgão ativo e alerta a possíveis estímulos.
Alguns métodos para o fortalecimento da memória e, consequentemente, a memorização incluem:
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