Mesmo sem ultrapassar meta, aquecimento global afetará biodiversidade marinha

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Biodiversidade marinha provavelmente diminuirá

“Mudanças importantes” em termos de biodiversidade ocorrerão com os oceanos mesmo que não haja aumento de 2°C em suas temperaturas (a meta estipulada pela comunidade internacional), segundo estudo publicado na revista “Nature Climate Change“, em 1 de junho. A pesquisa foi produzida por uma equipe internacional do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS – sigla em francês).

“Se o aquecimento climático não for controlado rapidamente, isso provocará uma reorganização maciça da biodiversidade marinha em escala planetária”, alertam os pesquisadores que, para chegarem a essa conclusão, utilizaram diferentes cenários de aquecimento, estimando que as mudanças devam ocorrer até o final deste século. A equipe comparou os resultados com a situação no período 1960-2013 e também com dois intervalos da História da Terra, nos quais o clima era muito distinto do atual.

Os dois períodos são o Último Máximo Glacial, ocorrido há 22 mil anos, quando a temperatura global era entre 4°C e 5°C inferior à de hoje; e o Pleistoceno Médio, uma época relativamente quente há cerca de três milhões de anos. Segundo os cientistas, um aquecimento significativo – até 4,8°C até 2100, no cenário mais pessimista – provocará “mudanças sem precedentes nos ecossistemas marinhos em três milhões de anos”.

A pesquisa focou em espécies que vivem nos 200 metros superiores dos oceanos, a parte mais importante do ecossistema para os humanos.

A tendência, independentemente da intensidade do aquecimento, é que haja uma diminuição da biodiversidade em regiões quentes do oceano e um aumento nos locais mais frios. O problema é que algumas espécies podem desaparecer, e elas não reaparecerão nos lugares frios.

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