Imagem de John Bakator no Unsplash
Representado pela fórmula molecular CH4, o metano, que também é chamado de gás dos pântanos, é um gás incolor e inodoro (sem cheiro). Ele possui pouca solubilidade em água e, quando adicionado ao ar, pode ser altamente explosivo.
O gás metano é muito conhecido por suas propriedades energéticas e por ser produzido pela digestão das vacas, mas veremos que há diversas outras fontes de metano e que o biogás também pode ser muito prejudicial à saúde humana. Esse gás é um dos gases do efeito estufa mais significativos em potencial de agravamento do aquecimento global.
De acordo com o professor Liu Yi, do Instituto de Física Atmosférica (IAP) da Academia Chinesa de Ciências, o CH4 é o principal gás de efeito estufa não-dióxido de carbono (CO2 ). “Na escala de 20 anos, o efeito de aquecimento do CH4 é 84 vezes maior do que o do CO2.”
Esse gás está no grupo dos hidrocarbonetos (HC), com 1,7 ppm (partículas por milhão), que são compostos formados por carbono e hidrogênio e que podem se apresentar na forma de gases, partículas finas ou gotas.
Dentro do grupo de hidrocarbonetos totais (THC), há os hidrocarbonetos simples, como o metano e outros compostos com os quais ele se associa, e os hidrocarbonetos não-metano, grupo que compreende os THC menos a parcela de CH4 que eventualmente se ligue a eles. Todos têm a propriedade de serem precursores para a formação do ozônio troposférico e podem ser vetores do desequilíbrio do efeito estufa.
O metano surge na natureza devido aos seguintes processos:
Como o metano pode ser produzido por meio de matéria orgânica, ele pode ser chamado de biogás e pode ser utilizado como fonte de energia.
O gás metano também é encontrado como componente principal nas exalações naturais de regiões petrolíferas, existindo dentro de cavidades de jazidas de carvão mineral.
Uma quantidade desconhecida (mas provavelmente enorme) de metano está presa no sedimento marinho e sob as geleiras/glaciares, conhecidos como campos de gás natural ou depósitos geológicos. O gás natural usado como combustível para veículos tem cerca de 70% de metano em sua composição.
O gado emite gás metano por meio da fermentação entérica, um processo de digestão natural em organismos ruminantes. Assim, esse gás é liberado para a atmosfera pela eructação, popularmente conhecido como arroto, e pela flatulência (pum).
Um dos efeitos negativos do metano para o meio ambiente é a sua contribuição para o desequilíbrio do efeito estufa, podendo colaborar para o aquecimento global. O metano não entra no grupo de poluentes que servem como indicadores da qualidade do ar, porém entra no grupo dos poluentes climáticos de vida curta e quanto às possíveis alterações climáticas, impacta 21 vezes mais que o dióxido de carbono (CO2).
Ao ser inalado, o gás pode causar asfixia e perda de consciência, parada cardíaca e, em casos extremos, danos no sistema nervoso central.
O controle do gás metano é complicado. Os processos naturais no solo e reações químicas na atmosfera ajudam a removê-lo, assim como medidas artificiais, que são mais diretas.
No caso do lixo, o metano gerado em aterros é queimado, pois, nesse processo, transforma-se em CO2, que é um gás mais fácil de ser sequestrado do que o metano na atmosfera. Porém, existe a alternativa de aproveitamento energético, ou seja, transformar o metano em energia elétrica em usinas instaladas em aterros sanitários. Um bom exemplo disso é uma cidade estadunidense que tem milhares de casas abastecidas por metano.
Segundo a Prefeitura de São Paulo, a cidade conta com usinas de biogás nos aterros Bandeirantes e São João, que além de transformarem o metano em energia para 700 mil habitantes, também vendem os chamados créditos de carbono, possibilitando a redução em até 12% de emissões de gases do efeito estufa.
Uma das alternativas que está ao alcance do consumidor é deixar de consumir carne e derivados animais. Segundo especialistas, manter uma dieta 100% vegetal é a forma mais efetiva de salvar o planeta. Outro estudou ainda mostrou que reduzir consumo de carne vermelha é mais efetivo contra gases do efeito estufa do que parar de andar de carro.
Outra maneira de contribuir com a redução da pegada ambiental é fazer a reciclagem do lixo orgânico por meio da compostagem doméstica. No guia de compostagem do Portal eCycle, apresentamos um passo a passo com a explicação do funcionamento de cada um dos métodos de compostagem para te ajudar na escolha. Saiba mais no vídeo abaixo:
Segundo um estudo, as emissões de metano aumentaram rapidamente desde 2006, com as taxas de crescimento do gás tendo um “aumento abrupto e rápido” no início de 2020. Portanto, a partir da necessidade da redução das emissões, diversas empresas e cientistas trabalham em possíveis soluções para o problema.
Um deles é estudado por uma startup americana, que trabalha na criação de vacinas para os animais da pecuária. Os planos da empresa envolvem a criação de uma vacina que pode atuar diretamente nos micróbios presentes no sistema digestivo desses animais, que são responsáveis pela produção do metano. Desse modo, as vacas e outros ruminantes produziriam anticorpos para esses organismos, diminuindo a sua produção.
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