Metástase: o que é, como se forma e riscos

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A metástase é o processo pelo qual células cancerosas deixam o local de desenvolvimento primário do tumor e se instalam em sítios secundários e distantes de onde se iniciaram. Para alcançarem outros órgãos, as vias mais comumente utilizadas pelas células tumorais são a hematogênica e a linfática.

Vale ressaltar que as metástases sempre são formadas a partir de tumores malignos – neoplasias benignas não geram metástases. 

Câncer

Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de cem doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e os órgãos, podendo espalhar-se para outras regiões do corpo. 

As células saudáveis se multiplicam quando necessário e morrem quando o organismo não precisa mais delas. Assim, o câncer ocorre quando o aumento de células do corpo está fora de controle e elas se dividem muito rápido, ou quando a célula “se esquece” de morrer.

Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores ou neoplasias malignas. Por outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de morte.

Como ocorre a metástase?

No câncer invasivo, as células cancerosas invadem outras camadas celulares do órgão, ganham a corrente sanguínea ou linfática e têm a capacidade de se disseminar para outras partes do corpo. Essa capacidade de invasão e disseminação que os tumores malignos apresentam de produzir outros tumores, em outras partes do corpo, a partir de um já existente, é a principal característica do câncer. Esses novos focos de doença são chamados de metástases.

Locais mais comuns para metástase

Conheça os diferentes tipos de cânceres e os respectivos locais mais comuns para metástases:

  • Bexiga: fígado, osso, pulmão;
  • Mama: cérebro, fígado, osso, pulmão;
  • Colorretal: fígado, peritônio, pulmão;
  • Rim:  cérebro, fígado, glândula adrenal, osso, pulmão;
  • Pulmão: cérebro, fígado, glândula adrenal, osso, pulmão;
  • Melanoma: cérebro, fígado, osso, pele/músculo, pulmão;
  • Ovário: fígado, peritônio, pulmão;
  • Pâncreas: fígado, peritônio, pulmão;
  • Próstata: fígado, glândula adrenal, osso, pulmão;
  • Estômago: fígado, peritônio, pulmão;
  • Tireoide: fígado, osso, pulmão;
  • Útero: fígado, osso, peritônio, pulmão, vagina.

Como diagnosticar uma metástase?

As metástases têm diferentes padrões clínicos de apresentação. Elas podem ser: identificadas anos depois de o tumor primário ter sido retirado; diagnosticadas quando da descoberta do câncer; a primeira manifestação da doença; ou resultado do tratamento cirúrgico do tumor primitivo.

Geralmente, as metástases são diagnosticadas durante os exames de acompanhamento do paciente após o fim do tratamento de um câncer primário. Os exames que as detectam são os de imagem, como raio X, tomografia computadorizada, ressonância magnética e PET Scan. Além disso, alterações nos resultados de exames de sangue podem levantar a suspeita de metástases. 

Tratamento para a metástase

As metástases não têm cura, mas atualmente existem vários tratamentos alternativos que proporcionam melhor qualidade de vida e contribuem para a redução dos sintomas, como a radioterapia.

A detecção precoce do câncer primário é a forma mais eficaz de prevenir a formação de uma metástase. Quando o câncer é removido em seus estágios iniciais, o risco de que ele libere células-filhas na circulação, com capacidade de se espalhar para outros locais do corpo, é muito menor. 

Pesquisa

Pesquisadores do Monte Sinai descobriram como as células cancerosas permanecem dormentes por anos após deixarem um tumor e viajarem para outras partes do corpo, antes de despertarem e criarem um câncer metastático. 

As células permanecem quietas, secretando um tipo de colágeno no ambiente ao seu redor, e só se tornam malignas quando o nível de colágeno diminui. Os pesquisadores retrataram que, ao enriquecer o ambiente ao redor das células com este colágeno, eles poderiam forçar as células a permanecerem em um estado dormente e prevenir a recorrência do tumor.

“Nossos resultados têm implicações clínicas potenciais e podem levar a um novo biomarcador para prever recorrências de tumor, bem como uma intervenção terapêutica para reduzir recaídas locais e distantes”, disse o autor sênior José Javier Bravo-Cordeiro, PhD, Professor Associado de Medicina no The Tisch Cancer Institute no Mount Sinai. “Esta intervenção destinada a prevenir o despertar de células dormentes foi sugerida como uma estratégia terapêutica para prevenir o crescimento metastático. À medida que a biologia da dormência tumoral fica descoberta e novos medicamentos específicos são desenvolvidos, uma combinação de tratamentos indutores de dormência com terapias que visam especificamente as células dormentes acabarão por prevenir a recorrência local e metástases e pavimentar o caminho para a remissão do câncer. “

Julia Azevedo

Sou graduanda em Gestão Ambiental pela Universidade de São Paulo e apaixonada por temas relacionados ao meio ambiente, sustentabilidade, energia, empreendedorismo e inovação.

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