O alto consumo de camarão gera grandes níveis de importação da iguaria em alguns países, como Japão, Estados Unidos e determinados membros da União Europeia. Esse fato tem chamado a atenção de pesquisadores porque a prática pode causar alguns desequilíbrios na natureza, tanto nas localidades importadoras, quanto na exportadoras, como Equador, México, Índia, Indonésia e Tailândia.
Devido ao grande consumo, surgiram métodos novos de criar e cultivar os crustáceos. O principal deles é a fazenda aquífera de camarão, prática conhecida como aquicultura e que agrega não só esse tipo de alimento marinho.
No entanto, o que parecia ser uma solução eficaz para sanar problemas ambientais e a demanda do mercado, gerou preocupações e problemas na área da saúde e até mesmo para espécies cultivadas no local. Um dos problemas da aquicultura de camarão é que, geralmente, os camarões cultivados pela aquicultura estão em piscinas rasas, o que oferece facilidade para que micro-organismos, bactérias e vírus se propaguem e prejudiquem a saúde humana e a dos crustáceos. Mas, o problema alarmante não para por aí. Para combater as ameaças microscópicas e garantir a existência dos camarões, agricultores utilizam altos níveis de antibióticos e fertilizantes e, mesmo que posteriormente o cultivo seja higienizado, ele apresenta pequena porcentagem desses produtos tóxicos na hora do consumo final.
Em termos ambientais, as fazendas desestabilizam áreas verdes costeiras e manguezais devido à necessidade de uma grande área para o cultivo marinho. Uma pesquisa feita por cientistas pelo Departament of Agriculture nos Estados Unidos revelou que as “florestas do mangue” absorvem dióxido de carbono assim como qualquer ecossistema do planeta, incluindo as florestas tropicais. Ou seja, o desmatamento dos mangues pode contribuir para o desequilíbrio do efeito estufa. Muitos agricultores interligam um terreno baldio em manguezais para o cultivo e, quando aquele local não oferece mais serviços, as piscinas instaladas seguem poluídas, degradando o meio ambiente e limitando as perspectivas de pescadores locais.
Para quem pensa que a pesca de camarão selvagens em alto mar é a alternativa sensata para solucionar os problemas, está errado. Esse tipo de pesca utiliza a rede de arrasto com malha fina – os pescadores até pescam camarões, porém acabam capturando outras espécies de animais marinhos que morrem ou são descartados de maneira incorreta, provocando mais uma vez o desequilíbrio no meio ambiente.
Segundo pesquisas, pelos motivos já citados, camarões importados ou criados em fazendas aquíferas podem conter agentes patogênicos. Portanto, o melhor a se fazer é tentar saber a procedência do alimento. Dê preferência aos camarões pescados localmente e tente saber qual foi o método utilizado para a captura.
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