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A nomeação ainda passa por consulta de uma espécie de conselho do secretariado

Imagem: Wkimedia Commons

“Consenso não significa unanimidade.” Com essa frase, a mexicana Patrícia Espinosa calou o embaixador boliviano e bateu o martelo da COP16, selando o acordo da conferência do clima de Cancún, em 2010. Era madrugada da última noite de negociação, e uma objeção de última hora da Bolívia, que alegava não haver consenso entre os países, ameaçava botar a perder duas semanas de negociação. A manobra linguística da então chanceler do México salvou a negociação internacional de clima, que teve um recomeço difícil no balneário caribenho após o fiasco da conferência de Copenhague, no ano anterior.

em 3 de maio, Espinosa foi escolhida pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, para chefiar a Convenção do Clima da ONU. A diplomata mexicana substituirá a costarriquenha Christiana Figueres, que deixa o posto no final deste mês. Será a segunda latino-americana seguida a ocupar o cargo – e, como Figueres, com o apoio dos Estados Unidos. A mexicana assume o cargo no próximo mês e terá como missão conduzir a agenda internacional pós-Paris, onde mais de 190 países chegaram ao histórico acordo global do clima.

A escolha foi anunciada pelo Twitter por Figueres, que afirmou que a nomeação ainda passa por consulta de uma espécie de conselho do secretariado, com 11 membros que representam grupos de governos em todo o mundo, atualmente liderado pela ministra francesa do Meio Ambiente, Ségolène Royal.

De acordo com a imprensa internacional, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, teria entrevistado quatro candidatos ao posto, mas não se sabe quem eram. Entre eles provavelmente estava a francesa Laurence Tubiana, que liderou as negociações de seu país em dezembro de 2015 e foi considerada uma das responsáveis pelo sucesso da conferência — motivo pelo qual o governo francês destacou sua performance.

Na especulação sobre possíveis candidatos também apareciam os nomes de Izabella Teixeira, ministra do Meio Ambiente e negociadora do Brasil na COP21, o peruano Manuel Pulgar Vidal, presidente da COP20, a sul-africana  Nozipho Joyce Mxakato-Diseko, entre outros.



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