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A micologia, também conhecida como micetologia, é a especialidade da biologia que estuda os fungos. Os biólogos especialistas em fungos são chamados de micologistas ou micetologistas. E eles estudam a taxonomia, sistemática, morfologia, fisiologia, bioquímica, benefícios, malefícios e utilidades dos fungos, que se dividem em parasitas, saprófitos ou decompositores. A palavra “micologia” vem do grego mykes, que quer dizer “cogumelo”, e logos, estudo.

O que é shitake e seus benefícios

Estudos sobre micologia

Cogumelos… Bem, eles são polêmicos. Vamos lá, o que vem à mente quando falamos deles? Hippies dos anos 1970, videogame Super Mario Bros, comida japonesa (hummm, shitake!). Mas, para algumas pessoas, eles podem simbolizar muito mais que isso, como biodegradação, aumento da imunidade do corpo e saltos evolutivos cruciais para vida no planeta. E não estamos falando dos hippies mais alternativos não, mas sim de estudiosos renomados de micologia, como Peter McCoy e Paul Stamets.

O que é biodegradação

Este último detém a patente de várias técnicas de micorremediação (processo de quebra de compostos tóxicos usando fungos). Uma delas é a filtragem de patogênicos da água da chuva em áreas urbanas, projeto que ganhou uma bolsa de US$ 80 mil da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos para se desenvolver. Peter McCoy, cofundador do grupo Radical Mycology (Micologia Radical, em tradução livre), enxerga que não é preciso tanto investimento para se aproveitar dos benefícios desses seres; pelo contrário, o coletivo acredita que quanto mais simples e baratos forem os métodos, mais pessoas conseguirão ter acesso a eles – é só lembrar que depois de sete dias seu pão embolora que é uma beleza, não é mesmo?

Existe até um evento chamado Radical Mycology Convengence (Convergência de Micologia Radical, em tradução livre). Nele, todos os entusiastas de micologia se reúnem para trocar informações, participar de oficinas, palestras, etc. Instalações de micorremediação, modos de cultivo e outros métodos são ensinados para que sejam compreensíveis para o máximo de pessoas possível. Essa convergência acontece apenas graças a doações, e qualquer um é bem-vindo a ensinar, aprender ou ser voluntário.

Micologia pode ser a solução para problemas ambientais

De acordo com a cofundadora do evento, Maya Elson, “se você parar para observar o que está acontecendo no mundo, desde vazamentos de petróleo a lixo tóxico, de florestas morrendo à questão da fome – uma grande parte do problema é a falta de solo fértil, saudável”. Como nos mostra a boa e confiável penicilina (antibiótico derivado de um fungo), os fungos são agentes de cura e renovação. Portanto, é bem provável que eles possam ajudar a humanidade também a lidar com os problemas relacionados a danos ambientais.

Estudos mostram que fungos conseguem decompor de fraldas descartáveis a vazamentos de petróleo e bactérias nocivas encontradas nas águas, sem contar os que “comem” plástico. Uma empresa criou até uma tecnologia fúngica para substituir espumas sintéticas. A espuma brota a partir de si própria, em um processo em que um molde é preenchido com uma mistura de esporos e descartes orgânicos, como cascas de aveia, e após alguns dias os cogumelos aparecem e suas raízes criam nós e se unem para fazer um material leve, porém consistente, que resiste à água e ao fogo. E o melhor de tudo: se biodegrada em apenas um mês, diferente da espuma de poliestireno, material feito de petróleo, que nos Estados Unidos é chamado de styrofoam, e que lá representa 25% do volume dos aterros sanitários. Ela também pode ser usada como isolante térmico.

Endomicorrizas ou micorrizas arbusculares e ectomicorrizas podem absorver até 70% mais carbono da atmosfera que outros tipos de fungos (e você achava que o cogumelo do Super Mario era mágico). Fungos do tipo micorriza estão presentes nas raízes de nove entre dez tipos de plantações, por isso são essenciais na alimentação planetária. As micorrizas se formam quando as hifas de um fungo invadem as raízes de uma planta. O fungo é como um tentáculo, capturando água e nutrientes do solo e presenteando as raízes da plantação, recebendo açúcares ricos em carbono em troca (frutos da fotossíntese). Nessa simbiose, o fungo protege a planta de doenças e períodos de seca, e garante o seu torrão de açúcar – essa relação positiva foi o que permitiu às plantas migrarem do mar para o solo há 460 milhões de anos, segundo teorias científicas.

Tudo isso sem contar que as variáveis comestíveis são deliciosas e excelentes para a saúde. Peter McCoy nos mostra nesse vídeo (em inglês) como fazer em casa suas próprias cápsulas de cogumelos medicinais, mostrando um uso prático e caseiro da micologia.

 

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