Cientistas acreditam que entender as ações dos micróbios do nosso intestino pode levar ao desenvolvimento de novos remédios. O microbioma que habita o nosso corpo foi reconhecido apenas em meados da década de 90 do século XX, e as funções desempenhadas por essas comunidades de residentes está sendo desvendada aos poucos. A empresa Second Genome é uma start-up que está desenvolvendo técnicas de pesquisa que possibilitam a criação de medicamentos a partir de suas descobertas.
O microbioma humano possui mais de 100 trilhões de células. Todo esse contingente está ligado a processos fundamentais, como a digestão de nutrientes e a defesa contra bactérias invasoras. A Second Genome analisa o DNA e a composição bioquímica dos organismos pertencentes ao microbioma para identificar comunidades de micróbios que incomodam o organismo, causando prejuízos à pessoa em questão. O que a companhia pretende fazer é desenvolver um tratamento para colocar essa população de seres vivos em equilíbrio ou mudar os efeitos que ela causa no corpo do paciente.
Para isso, a companhia precisa desenvolver a capacidade de isolar os efeitos de cada espécie de micróbio nas populações residentes, o que é um problema difícil de ser contornado, pois esses grupos não crescem em culturas de apenas uma espécie. Em resposta a isso, Andersen, um dos cientistas e fundadores da Second Genome, desenvolveu uma técnica de análise de DNA que identifica quais grupos específicos estão atuando e que também mede a sua atividade genética.
A empresa já estuda as ações recíprocas entre os microrganismos e as células humanas em culturas laboratoriais e espera poder investigar mais relações em animais modelos de laboratório. Eles ambicionam chegar à compreensão das relações entre o microbioma e a fisiologia humana até o nível molecular. Dentre as doenças investigadas atualmente, encontram-se inflamações, problemas metabólicos e diabete tipo 2.
A Vedanta Biosciences é uma empresa que também trabalha com o desenvolvimento de remédios que atuam modulando o microbioma humano. No site da companhia, seus representantes expõem as novas perspectivas despertadas pelo estudo dos trilhões de habitantes no nosso corpo. Eles dizem acreditar que seres humanos evoluíram sistemas imunológicos não somente para combater invasores do nosso corpo, mas para coordenar os grupos que compõem o nosso microbioma.
A Johnson & Johnson investiu nas duas empresas, Second Genome e Vedanta, na esperança de que o potencial criado pelo descobrimento dos micro-parceiros se transforme em realidade.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.
Saiba mais