Microgerenciamento: como pode afetar sua empresa

Compartilhar

Microgerenciamento é um tipo de gerenciamento que se caracteriza pelo acompanhamento em excesso dos líderes sobre seus subordinados. O microgerenciamento acaba sendo uma maneira nociva de gerenciar uma equipe, tornando mais difícil para os funcionários conseguirem alcançar seus objetivos. Além disso, ele também é responsável por impedir o crescimento de muitas empresas. 

“A economia do cedro” mistura panorama econômico com soluções ambientais para empresas

Uma pessoa conhecida por ser um microgerenciador não consegue exercer a delegação de tarefas e acaba ficando preso e sobrecarregado com os menores detalhes de um projeto. Aquele que pratica o microgerenciamento tem uma grande desconfiança em seus empregados e subordinados, sempre exercendo controle excessivo que acaba causando falta de liberdade e criatividade no ambiente de trabalho.  

Alguém que se perdeu em seu microgerenciamento geralmente acaba criando uma relação tóxica com os subordinados. Isso porque esse indivíduo irá se prender em pequenos detalhes, criticando cada passo de seus colegas de trabalho.

Além de dificultar o dia a dia do empregado, que vai se tornar cada vez menos motivado, aquele que pratica o microgerenciamento também atrasa todo o cronograma da empresa. Afinal, ao tentar resolver cada um dos problemas, sejam eles grandes ou pequenos, essa pessoa acaba gastando muito de seu tempo em coisas que podem ser feitas por outros subordinados.

Como identificar o microgerenciamento?

É preciso prestar atenção aos sinais de um microgerenciamento. Assim, será possível ter noção sobre o que está segurando a empresa para trás, para que então, seja possível resolver a situação. Tomando cuidado, é possível evitar que você pratique ou sofra com o microgerenciamento. Confira alguns dos sinais:

  • Pedir acesso para todo e qualquer e-mail enviado pela empresa;
  • Sempre questionar por atualizações sobre o andamento das atividades;
  • Delegar não apenas o que precisa ser feito, mas também, como tem que ser feito, porque tem que ser feito. Sem deixar espaço para que os funcionários tomem a própria decisão e sejam criativos;
  • Querer saber o que cada membro da equipe está fazendo a todo momento;
  • Nunca estar satisfeito com o resultado entregue;
  • Focar em detalhes que não são importantes para alcançar a qualidade do trabalho;
  • Se ocupar com trabalhos que foram destinados para outras pessoas, se sobrecarregando com cada vez mais coisas. O que acontece pois o indivíduo acredita que pode fazer melhor;
  • Ficar observando incansavelmente o trabalho dos funcionários para garantir que todos estão trabalhando como o desejado.
Aumento de estresse durante pandemia eleva casos de bruxismo

Quais os lados ruins do microgerenciamento?

O microgerenciamento acaba se tornando uma atitude nociva para o ambiente de trabalho conforme ele vai sendo exercido. Os malefícios dessa prática não são apenas para os funcionários. Afinal, um chefe que está preocupado com tudo que seus subordinados estão fazendo, acabam por desenvolver certo nível de estresse e ansiedade sobre a dinâmica de sua equipe. 

Essa situação de busca pelo controle total dos resultados do trabalho acaba por gerar insatisfações nos outros funcionários, conflitos e até uma defasagem na curva de aprendizado dos profissionais em questão. Para que esses problemas sejam resolvidos, o líder precisa deixar de ficar imerso nos pequenos detalhes e começar a olhar a equipe de fora, como um todo.

Sem contar que um líder que assume todas as responsabilidades e ações pode acabar fazendo com que sua equipe se acomode. Já que esses funcionários percebem que o gerente é capaz de resolver todos os problemas e ainda tomar as decisões por si só. Algumas equipes também acabam se voltando contra os chefes, pois sentem que não tem autonomia e muito menos espaço para expressar suas opiniões.

Como as pesquisas provam isso?

Um estudo sobre microgerenciamento, realizado pela revista Journal Of Experimental Psychology, reportou que funcionários que se sentem microgerenciados têm níveis baixos de performance no trabalho. Outros estudos da área também chegaram a conclusão que subordinados que sentem o impacto do microgerenciamento acreditam que esse é o maior obstáculo para alcançar o sucesso e crescimento em suas carreiras. 

Uma outra pesquisa, da universidade Harvard Business School, provou que o microgerenciamento faz mal para as empresas. A descoberta afirma que o tipo de gerenciamento é responsável por reduzir a criatividade e a produtividade dos funcionários ao decorrer do tempo.  

Home office é melhor para o meio ambiente?

Quais os estragos deixados pelo microgerenciamento?

  • Pode causar desmotivação do funcionário, possivelmente aumentando a demissão de membros da equipe e resultando na perda de qualquer aprendizado adquirido;
  • Desencorajamento da criatividade e pensamento próprio;
  •  Devido à falta de cooperação e confiança, o microgerenciamento causa perda de sucesso organizacional;
  • Cria um ambiente de trabalho significativamente mais estressante, aumentando a ocorrência de problemas de saúde física e mental;
  • Causa atraso da inovação;
  • Causa problemas de comunicação.

Como resolver problemas do microgerenciamento?

Avalie o seu próprio comportamento e defina espaços

Antes de gerir outras pessoas é preciso saber como gerir a si mesmo. Por isso, questione-se sobre seus comportamentos, avalie suas atitudes para tentar notar se existe algum traço de microgerenciamento em seu trabalho. Sempre se pergunte se você tem exercido seu papel como gerente ou tem apenas realizado as responsabilidades de cada um de seus subordinados.

Questionar os colegas de trabalho sobre o assunto também pode ajudar. Mas lembre-se de ser mente aberta, caso seu funcionário confirme a suspeita do microgerenciamento não o ataque! Busque entender o lado dele e procure saber como você pode melhorar, para que o trabalho consiga fluir.

Não se esqueça de saber diferenciar o que é sua tarefa e o que é tarefa de seu funcionário. Não é porque você acha que sabe mais que pode sair por aí exercendo todas as funções de seus subordinados. Aprenda a separar o que é seu dever e o que é dever do outro.

Sempre mantenha o diálogo de forma saudável

O diálogo é super importante para que a empresa vá para frente. Escute sua equipe com frequência, de espaço para que eles se sintam ouvidos. Não deixe suas opiniões e jeitos serem absolutas, pois dessa forma os funcionários vão se sentir sem autonomia. Crie uma boa relação com seus subordinados, para que então, as tarefas consigam ser exercidas de forma produtiva. 

Invista no treinamento e saiba orientar

Ao ter um espaço para aprender e treinar novos conhecimentos, os funcionários se sentem mais seguros em exercer certa atividade. Assim, ao delegar um tempo para que essas pessoas possam aprender a executar funções, você pode acabar tirando uma sobrecarga da pessoa que geralmente fica com todas as tarefas, por saber como praticá-las.

Conseguir orientar as pessoas, sem exigir que tudo saia do seu jeito, também é um processo essencial para o aprendizado da equipe. Uma boa orientação pode ajudar na melhora do gerenciamento dos funcionários. Dando espaço para que eles consigam exercer o trabalho de acordo com suas competências.

Home office: o que era para ser emergencial acabou permanente e cresceu

Delegue tarefas e busque feedback

Em vez de concentrar todas as atividades em uma pessoa só, como se faz no microgerenciamento, delegue funções para vários membros da equipe. Um micromanager pode acabar perdido na ideia de que é o único que pode exercer tal função, e acabar optando por não delegar ações a seus subordinados.

Essa atitude causa uma sobrecarga que pode trazer mais estresse e cansaço e acabar acomodando a equipe. Não se esqueça de sempre pedir e entregar um feedback. Assim, os funcionários podem saber no que estão errando e acertando, para que possam mudar suas atitudes. O mesmo deve acontecer com o líder.

O microgerenciamento é sempre um problema?

A longo prazo, o microgerenciamento é sempre um problema. No entanto, quando se trata de uma situação de curto prazo, ele pode ser bastante benéfico. As ocasiões nas quais o microgerenciamento é indicado é na contratação de um novo funcionário ou o acompanhamento de um estagiário.

No caso de um novo subordinado, o líder precisa fazer um acompanhamento de perto do novato. Para assim, entender suas competências e ajudá-lo com o novo trabalho, o orientando sobre suas funções. Isso deve acontecer durante o período de adaptação do subordinado, até ele conseguir absorver todas as informações. Quando ele estiver acostumado com o novo trabalho, o microgerenciamento não é mais recomendado.

Para o estagiário, o processo de microgerenciamento é benéfico pois ele é um funcionário que está aprendendo sobre o mercado de trabalho. Por ser recém-chegado e ainda estar em sua fase de aprendizado, o estagiário deve ser acompanhado de perto para que seja confirmado que ele tem aprendido com a sua experiência.

Porém, assim como na situação do novo funcionário, o microgerenciamento do estagiário não deve durar para sempre. Assim que esse subordinado tiver aprendido o máximo de tarefas possíveis, ele pode começar a caminhar sozinho. Para que assim, prove sua competência e autonomia.  

Ana Nóbrega

Jornalista ambiental, praticante de liberdade alimentar e defensora da parentalidade positiva. Jovem paraense se aventurando na floresta de cimento de São Paulo.

Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência de navegação. Ao navegar pelo site você concorda com o uso dos mesmos.

Saiba mais