A relação entre microplásticos e poluentes orgânicos persistentes (POPs) sempre foi uma razão para preocupação. Os microplásticos, afinal, agem como captadores dessas substâncias tóxicas e nocivas tanto para o meio ambiente quanto para a saúde humana.
Porém, uma pesquisa publicada no jornal Chemosphere indica que essa relação seja pior do que imaginado. Acredita-se que os microplásticos, além de absorverem essas substâncias, são capazes de aumentar sua toxicidade em até dez vezes.
Sem essa descoberta, os microplásticos já apresentavam diversos riscos, sendo considerados um dos maiores poluentes dos mares. A presença do material na natureza é constante, sendo encontrado nos lugares mais remotos da Terra, além de ser persistente. Quando é introduzido no ambiente, sua remoção é quase impossível por conta do seu tamanho. Seu uso na agropecuária também foi apontado como causa da contaminação da produção agrícola.
É quase impossível evitar sua ingestão, uma vez que suas partículas foram encontradas até no ar. O material já foi encontrado na água potável, diversos alimentos e até mesmo no sal de cozinha.
A pesquisa conduzida na Universidade Tel Aviv analisou todo o ciclo do microplástico, desde a sua formação a partir da degradação do plástico, para o seu contato com poluentes orgânicos persistentes, até a criação do aumento da toxicidade.
Foi observado que após a absorção dos poluentes pelo microplástico, a sua toxicidade aumenta por um fator de dez, o que cria um risco potencial para os seres humanos.
Mesmo em concentrações pequenas de poluentes, os microplásticos conseguem realizar esse processo, aumentando a toxicidade de substâncias e tornando-as mais perigosas para os seres humanos.
No organismo, por exemplo, os microplásticos agem como transportadores dessas substâncias. Após a ingestão de alimentos ou água contaminada com poluentes orgânicos persistentes, os microplásticos prendem essas substâncias em sua superfície, carregando-as pelo trato digestivo e liberando-as em diversas áreas do corpo. Quando essas substâncias entram em contato com as células do trato digestivo, sua toxicidade aumenta.
Cientistas alertam que os perigos da ingestão de microplástico estão mais palpáveis que nunca após os resultados da pesquisa. Essas preocupações exigem novas regulamentações para a produção e descarte de plástico.
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