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Estudo revela que partículas plásticas reduzem a capacidade das plantas de absorver carbono e produzem impactos em cadeia na economia e no clima

Os microplásticos, partículas minúsculas derivadas da degradação de plásticos, estão se infiltrando em todos os ecossistemas do planeta, desde os oceanos até o solo agrícola. Um estudo recente publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences USA alerta que esses poluentes estão comprometendo a fotossíntese em plantas terrestres e aquáticas, com impactos diretos na produção de alimentos e no combate às mudanças climáticas. A pesquisa aponta que a presença desses fragmentos pode reduzir a eficiência fotossintética em até 12%, afetando desde culturas como milho e arroz até algas marinhas, base da cadeia alimentar aquática.

A fotossíntese, processo vital para a vida na Terra, não só garante a produção de oxigênio e alimentos, mas também desempenha um papel fundamental na captura de dióxido de carbono da atmosfera. Com a interferência dos microplásticos, a capacidade das plantas de absorver carbono diminui, o que pode comprometer os esforços globais para mitigar o aquecimento global. Modelos climáticos atuais presumem que florestas e oceanos continuarão a sequestrar carbono de forma consistente, mas a contaminação por microplásticos coloca essa previsão em xeque.

Além dos efeitos ambientais, a redução da fotossíntese tem implicações diretas na segurança alimentar. Culturas essenciais como trigo, arroz e milho podem sofrer perdas de produtividade entre 4% e 13,5% nas próximas décadas, segundo projeções do estudo. Ecossistemas aquáticos também estão em risco, com estimativas de queda de até 7% na produção de frutos do mar devido ao declínio das algas, fundamentais para a cadeia alimentar marinha.

A contaminação por microplásticos não se limita ao ambiente. Essas partículas já foram detectadas em órgãos humanos e estão associadas a riscos aumentados de doenças cardiovasculares. Em animais, estudos mostram que os microplásticos prejudicam o crescimento e a reprodução, ampliando os danos à biodiversidade.

Diante desse cenário, especialistas defendem a urgência de um tratado global para regulamentar a produção e o descarte de plásticos. Richard Thompson, biólogo marinho da Universidade de Plymouth, no Reino Unido, destaca que reduzir em apenas 13% a quantidade de partículas plásticas no ambiente poderia reverter 30% da perda de eficiência fotossintética. Apesar de negociações internacionais estarem em andamento desde 2017, avanços concretos ainda são escassos.

A degradação de plásticos maiores em microplásticos é um processo contínuo e crescente. Sem ações imediatas, os danos ecológicos podem se tornar irreversíveis nas próximas décadas, afetando não apenas a natureza, mas também a economia e a saúde humana. A conscientização sobre o problema e a adoção de políticas eficazes são passos essenciais para evitar um futuro de escassez e desequilíbrio ambiental.


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