A mirra é uma planta medicinal nativa da África pertencente à família Burseraceae. Ela possui propriedades medicinais e agentes antisépticos, adstringentes e carminativos que derivam, principalmente, de um tipo de resina extraída do tronco das árvores do gênero Commiphora.
Existem dois tipos de resina de mirra — a herabol e a bisabol, que dependem do tipo de planta usado na extração. A mirra herabol deriva da planta C. myrrha, que cresce em regiões da Etiópia, Arábia e Somália, enquanto a mirra bisabol é obtida da C. erythraea uma espécie árabe de aparência semelhante.
Ambas as árvores do gênero Commiphora podem alcançar até 3 metros de altura e são encontradas, em maior parte, em colinas rochosas secas.
Também chamada apenas de mirra, a resina é extraída da casca das árvores do gênero Commiphora. O fluido é liberado quando a casca da árvore se divide naturalmente ou quando é cortada com o objetivo de extração da resina.
Em contato com ar, o líquido endurece lentamente em glóbulos e caroços irregulares chamados “lágrimas”, que são então coletados das árvores. (1)
Na Grécia antiga, a origem da planta se deu através do conto de Esmirna, mãe de Adónis, que foi transformada em uma árvore de mirra e cujas lágrimas transformaram-se na resina.
Já na Bíblia, a resina é mencionada diversas vezes, sendo uma delas no nascimento de Jesus, quando os Três Reis Magos trouxeram à criança presentes de ouro, incenso e mirra. Cada presente tinha um significado simbólico, com a resina indicando a morte e ressurreição de Jesus.
A resina de mirra possui um longo histórico de uso no Oriente Médio, onde a planta era utilizada como o ingrediente principal de incensos, perfumes e produtos de uso cosmético. Além disso, ela também foi usada em medicamentos para aplicações locais e em embalsamamentos.
No Egito antigo, a planta era usada no tratamento de rinite e herpes. Já os antigos gregos a usavam como antisséptico para os soldados limparem os ferimentos de batalha, e ela era comumente levada para o campo de batalha.
Atualmente, ela é mais comum no meio cosmético, em que é usada predominantemente na produção de incensos, perfumes e óleos essenciais.
Embora os inúmeros usos da resina na história, as pesquisas que comprovam suas propriedades medicinais só começaram a ser realizadas recentemente. De fato, grande parte de seus benefícios divulgados ainda precisam de comprovações científicas mais extensas para que o uso do produto seja justificável.
Confira algumas das possíveis propriedades benéficas da mirra:
Segundo um estudo publicado no jornal Food and Chemical Toxicology, o produto da planta C. molmol é um poderoso antioxidante capaz de “proteger contra o dano oxidativo hepático induzido por PbAc e a imunotoxicidade, reduzindo a peroxidação lipídica e melhorando os mecanismos de defesa antioxidante e imunológica”.
Além disso, os antioxidantes são compostos capazes de neutralizar o efeito de radicais livres que, em excesso, contribuem para o estresse oxidativo.
Uma pesquisa de 2017 sugere que o olíbano em conjunto com a mirra pode ser benéfico para o tratamento de dores neuropáticas. A sugestão foi feita após resultados positivos no tratamento de ratos de laboratório.
Na medicina tradicional chinesa, a mirra é comumente usada há anos por suas propriedades anti-inflamatórias. Porém, foi só uma pesquisa de 2015 que observou o poder da resina no tratamento da inflamação resultante da artrite reumatoide.
A resina pode oferecer outros benefícios à saúde. Porém, as suas pesquisas são insuficientes para a avaliar a sua eficácia no tratamento de:
Em geral, não é recomendado o consumo excessivo de mirra, uma vez que ele está associado a riscos de irregularidades cardíacas graves. Por outro lado, em pequenas quantidades acredita-se que o consumo é seguro para a maioria das pessoas.
Segundo dados do WebMD, a mirra é possivelmente segura quando usada como medicamento em doses de 400 mg três vezes ao dia por até 12 meses.
Além das possíveis irregularidades cardíacas associadas ao consumo excessivo da planta e seus derivados, outros possíveis efeitos colaterais da mirra incluem:
O seu consumo não é recomendado a gestantes devido ao potencial efeito abortivo do produto.
O óleo essencial de mirra é seguro, mas como os outros óleos essenciais, deve ser diluído em algum óleo carreador.
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