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Entenda mais sobre a misocinesia e esse fenômeno psicológico afeta as pessoas

A misocinesia, também conhecida como misokinesia, é um fenômeno psicológico definido por respostas negativas, afetivas ou emocionais, à visão de movimentos pequenos e repetitivos de outra pessoa. Essas respostas podem variar de aversão, irritação, incômodo ou profunda raiva e ódio, o que é refletido pelo nome da condição, que significa “ódio de movimentos”. 

Muitas vezes, as pessoas que expressam esses movimentos podem nem percebê-los, como se fossem pequenos impulsos ou respostas ao ambiente externo. Os estímulos mais comuns relatados por pessoas com misocinesia são o chacoalhar de pernas repetitivo, batidas em superfícies ou até mesmo a agitação de uma caneta. No entanto, não existe um critério para os tipos de gatilhos visuais que podem induzir a reação misocinética.

O conceito foi explorado pela primeira vez em uma pesquisa de 2013 sobre a misofonia, uma condição parecida com a misocinesia, mas que possui estímulos auditivos. 

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Gatilhos visuais da misocinesia

Alguns dos gatilhos visuais mais comuns em pessoas com minocinesia são: 

  • Toques no rosto;
  • Movimentos das mãos, da boca ou outras partes do corpo;
  • Perna tremendo;
  • Batidas frequentes em superfícies, com o uso dos dedos ou outros objetos;
  • Dedos inquietos.

Primeira exploração aprofundada sobre a misocinesia

O primeiro estudo aprofundado sobre a misocinesia foi publicado em 2021. Nele, especialistas analisaram mais de 4 mil participantes, tentando observar um padrão de ocorrência da condição. 

“Descobrimos que aproximadamente um terço [dos participantes] auto-relatou algum grau de sensibilidade à misocinesia para os comportamentos repetitivos e inquietos de outros encontrados em suas vidas diárias. Esses resultados apoiam a conclusão de que a sensibilidade à misocinesia não é um fenômeno restrito a populações clínicas, mas sim um desafio social básico e, até então, pouco reconhecido, compartilhado por muitos na população geral em geral”, explicaram os especialistas. 

De acordo com a pesquisa, a condição pode ou não estar relacionada à misofonia e também pode afetar uma a cada três pessoas. 

Como é a misocinesia? 

Pacientes com misocinesia descrevem esses estímulos visuais como se estivessem sendo “atacados”. Os sentimentos prevalecem mesmo se a pessoa que está reproduzindo os estímulos não estiver fazendo-os de modo proposital.

Muitos especialistas também acreditam que os pacientes dessa condição podem sentir sintomas relacionados a outros transtornos mentais, como ansiedade e até ataques de pânico. 

Os estímulos repetitivos, nesses casos, resultam em um tipo de raiva incontrolável em pessoas com misocinesia. Entretanto, mesmo com uma reação extrema, essas pessoas geralmente não atuam sobre os estímulos e podem sofrer com as consequências da condição. 

Pacientes com o quadro, muitas vezes, sofrem em suas relações diárias e podem evitar sair em público por medo de ter alguma reação extrema aos estímulos visuais. Portanto, se estiver sofrendo com a condição, consulte um especialista. 

homem gritando, tapando as orelhas de olhos fechados, resposta comum aos estímulos da misocinesia
Foto de Usman Yousaf na Unsplash

Causas

Algumas teorias especulam que a misocinesia é uma condição neurológica que causa sensibilidade a certos movimentos ou sons — assim como a misofonia. Porém, muitos especialistas também dissertam sobre a possibilidade de que a condição, além de neurológica, também possa ter aspectos biológicos e psicológicos. 

Ao todo, não se sabe ao certo o que pode causar ou engatilhar a condição. 

Diagnóstico e tratamento da misocinesia 

A misocinesia não é uma condição diagnosticável, mas isso não significa que ela não é real e que seus pacientes não sofrem com as consequências do transtorno. No entanto, ela pode ser tratada através de terapia cognitivo-comportamental baseada na aceitação, um tipo de terapia cognitivo-comportamental (TCC) que ajuda os pacientes a observar suas próprias reações e agir sobre elas. 

Caso esteja sofrendo com a condição, procure um especialista da área da saúde e descreva seu quadro. É importante notar que as informações contidas neste site não substituem, de forma alguma, o diagnóstico e tratamento médico oficial. 


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