O mogno africano é uma árvore de origem africana pertencente à família botânica Meliaceae. Ela possui madeira nobre de grande potencial econômico para comercialização no Brasil e em outros países, podendo ser empregada na indústria moveleira, naval, construção civil e de painéis e laminados. O mogno africano tem conquistado cada vez mais as paisagens rurais brasileiras pelo alto valor agregado de seu produto final e a alta produtividade quando a floresta é bem manejada.
A madeira do mogno-africano é historicamente valorizada pela sua beleza e características tecnológicas. Ela tem um tom marrom rosado escuro e é fácil de ser trabalhada, o que a torna ideal para a carpintaria. As características de densidade e tonalidade da madeira do mogno africano podem variar, influenciando na utilização de cada uma. Porém, o mogno é uma espécie exótica, o que pode trazer alguns problemas ambientais para o País.
Espécies exóticas ou espécies introduzidas são “espécies que ocorrem em uma área fora de seu limite natural historicamente conhecido, como resultado da dispersão acidental ou intencional através de atividades humanas”, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Quando essas espécies oferecem ameaças às espécies nativas ou aos seres humanos, elas passam a ser chamadas de espécies exóticas invasoras.
Muitas espécies exóticas podem ser aceitas pela comunidade sem causar efeitos drásticos. Entretanto, se elas começam a se proliferar sem controle e ameaçar outras espécies e ecossistemas – provocando impactos econômicos, sociais ou ambientais – , elas passam a ser consideradas espécies exóticas invasoras. Isso acontece porque em locais onde não ocorrem de forma natural, espécies não encontram competidores ou predadores naturais, o que facilita sua ocupação e multiplicação e ameaça a permanência de espécies nativas. Nesse sentido, o mogno africano pode ser considerado uma espécie exótica.
A característica biológica do mogno africano é uma das suas principais vantagens. O tronco mais retilíneo auxilia no maior aproveitamento da conversão da madeira em tora para a serrada, fazendo com que o índice de perda da madeira seja menor. Essa planta ainda apresenta baixa incidência de galhos e ramos, o que diminui a quantidade de nós, ou seja, a madeira produzida é mais homogênea e resistente.
Pelo fato da madeira de mogno africano ser consumida pelo mercado internacional, o preço do metro cúbico é bastante estável, variando conforme à dimensão, qualidade das toras e distância do comprador, por outro lado, quando serrada pode valer o dobro. Países compradores como Estados Unidos, França e China apresentam moedas mais estáveis como dólar e euro, trazendo mais segurança ao negócio florestal.
Outra vantagem do mogno africano quando comparada a outras espécies florestais nobres, é a rápida maturação biológica que se dá entre 13 e 15 anos, idade em que o cerne (parte dura da madeira) é formado.
De acordo com especialistas, a taxa interna de retorno financeiro (TIR) do mogno africano pode alcançar de 15% a 25% ao ano, considerando todos os custos e receitas geradas pelo negócio florestal. Em geral, o custo de implantação varia de acordo com as condições de solo, relevo, clima, proximidade dos fornecedores e mercados consumidores.
O mogno africano foi trazido para o Brasil a partir do Ministro da Agricultura da Costa do Marfim em 1977. Ele veio com uma comitiva que estava visitando a Amazônia e entregou as sementes para a Embrapa Oriental, em Belém do Pará.
O pesquisador Ítalo Cláudio Falesi foi o primeiro a plantar mogno africano em solo brasileiro. Quando o Ministro da Agricultura da Costa do Marfim entregou as sementes, Falesi foi no quintal da Embrapa e as plantou. Nos dias atuais, as árvores estão gigantes e são as mais antigas do Brasil.
Hoje, o pesquisador está aposentado e continua investindo no mogno africano. Em entrevista ao site Mogno Africano, Falesi conta que se o produtor fizer um trabalho preventivo, principalmente com as formigas, a árvore terá um custo baixo para quem a produz.
O mogno africano se adaptou bem ao clima brasileiro por ser semelhante ao clima de seu continente de origem. Estudos mostram que a árvore se adapta a altitudes de 100 a 1.200 metros, tendo um índice pluviométrico de 1.200 a 2.400 milímetros anuais e possui distribuição entre o Norte/Sul, o qual abrange desde o Pará até Santa Catarina. Essa vasta abrangência no Brasil acontece devido ao fato do mogno africano não exigir muita fertilidade do solo, conseguindo se desenvolver em solos profundos e de textura média.
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