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Os governos não conseguiram reduzir as emissões com rapidez suficiente para cumprir as metas do acordo de Paris e evitar desastres, afirma um importante relatório

Neste momento crucial, a ONU emitiu um alerta enfático: os governos ao redor do mundo estão falhando em reduzir as emissões de gases do efeito estufa na velocidade necessária para cumprir as metas estabelecidas no Acordo de Paris e evitar uma catástrofe climática. Esse é o cerne de um importante relatório divulgado pela ONU, cujo tom revela uma urgência crescente diante da crise climática.

O relatório enfatiza que para atender às metas, é fundamental uma “eliminação progressiva de todos os combustíveis fósseis”, uma declaração ousada, reconhecendo a resistência de alguns países produtores de petróleo em aceitá-la. A discussão em torno da eliminação progressiva dos combustíveis fósseis tem sido controversa nas negociações climáticas da ONU.

O documento adverte que o tempo está se esgotando rapidamente, com as emissões globais de gases de efeito estufa previstas para atingir o pico até 2025, no mais tardar, e precisam diminuir rapidamente após esse ponto para limitar o aumento da temperatura a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais.

Entretanto, as emissões continuam a aumentar, criando uma lacuna significativa de 20 a 23 gigatoneladas de CO2 entre os cortes necessários até 2030 e a trajetória atual das emissões globais.

O relatório, originalmente esperado para a próxima semana, mas divulgado em caráter de urgência pela ONU, servirá como base para a primeira avaliação global do Acordo de Paris de 2015, que tem como objetivo monitorar os esforços dos países para cumprir as metas do tratado.

No entanto, o relatório de 47 páginas da ONU não aponta especificamente quais países estão ficando para trás, nem oferece recomendações direcionadas. Em vez disso, descreve de forma geral a situação global, já há muito tempo evidente, de que o mundo está muito longe de cumprir as metas mais rigorosas do Acordo de Paris.

Ani Dasgupta, do World Resources Institute, destaca que a linguagem moderada do relatório disfarça o fracasso catastrófico das ações climáticas globais, e enfatiza que é um alerta para a injustiça da crise climática e uma oportunidade crucial para corrigir o curso.

A eliminação progressiva dos combustíveis fósseis agora se tornou o foco central das negociações climáticas globais da ONU, representando um desafio considerável, especialmente devido à resistência de países produtores de petróleo. No entanto, a União Europeia expressou forte apoio à ideia, destacando a necessidade de evoluir para sistemas de energia livres de combustíveis fósseis.

O relatório será fundamental para as negociações na próxima cúpula climática da ONU, a Cop28, marcada para ocorrer em Dubai em novembro. A inclusão da recomendação de eliminação progressiva dos combustíveis fósseis no relatório ganha relevância significativa, uma vez que ele servirá como base para as discussões nessa importante cúpula.

Fonte: The Guardian


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